Três discos chamados “Dragonfly” (e nenhum é do Jefferson Starship...)
Depois que o Celso Loos vetou a minha postagem do disco “Dragon Fly”, do Jefferson Starship (leiam o comentário dele no post da Night Horse, aqui no SdN), e resignado, por razões óbvias, com a desautorização looseana, fiquei procurando alternativas; estava indeciso entre o último do sensacional rapper Pitbull, “Rebelution” (bombando nas rádios e no meu programa de televisão favorito, TVZ, do Multishow; cada videoclipe... cada fera... a nata da música, sem dúvida), o álbum em espanhol, “Nada Es Normal”, da dupla sensação brasileira, Victor & Leo (a intenção era prestigiar o primeiro time nacional; os caras merecem; inauguraram o novo e celebrado gênero musical brasileiro, o “sertanejo universitário”, infelizmente restrito somente àqueles que freqüentam faculdade; é uma pena; podia, tranquilamente, ser estendido às pessoas que concluíram o curso médio, no mínimo) e outro mais antigo, da esfuziante ninfeta Britney Spears, “Oops!...I Did It Again”, que eu tenho sempre à mão em caso de necessidade. Como podem ver, a minha dúvida era atroz; só discaços... e só artistas top... realmente, uma sinuca de bico, mesmo porque não podia postar os três ao mesmo tempo; seria muito desperdício, convenhamos. Foi quando me deu o estalo: peraí (pensei com os meus botões; embora estivesse de camiseta, funcionou; metáfora nunca te deixa na mão...), o “Dragon Fly” desabonado pelo Celso Loos foi o do Jefferson Starship, tão-somente; isso significa que os meus outros dragonflys (sim, sim, eu tenho vários), raciocinando pela lógica inversa (não tentem fazer em casa; requer muito estudo de filosofia...), estavam liberados. Ora, ora, ora. Era isso; problema resolvido; sem mais angústias postacionais-existenciais... até porque os meus outros dragonflys (a questão de serem formados por uma palavra só ao invés de duas, como o disco do Jefferson Starship, é irrelevante; junta ou separada, a libélula é a mesma) são muito bons e aguardavam faz tempo na fila da postagem. Decisão tomada, imediatamente devolvi à estante as três obras-primas da música nacional e internacional que eu estava manuseando antes (vou esperar uma melhor oportunidade para postá-las; jóias raras devem ser preservadas para ocasiões especiais; é o meu lema), e fui à luta; espanei a poeira dos discos-insetos, ripei-os e o resultado está aí em cima: três grandes álbuns chamados “Dragonfly” (mas inferiores, é lógico, aos temporariamente dispensados, que ficam reservados, repito, para uma ocasião mais propícia, mais de acordo com a sua relevância; quem sabe no Ano Novo? Não seria uma maravilha passar o réveillon com a família ao som de Pitbull, Victor & Leo e Britney Spears? Já pensaram? É, eu sei, é de dar água na boca... eu, pelo menos, já estou salivando...) E – a melhor parte – todos, tenho absoluta certeza, do agrado do Celso Loos. É lance pra me cacifar definitivamente na comunidade blogueira de compartilhamento musical; se não for agora, nunca mais.
Embora empolgado (já queria postar duma vez os discos), decidi não fugir à regra: portanto acompanham o post as biografias das bandas, que se encontram nos botões correspondentes; basta clicá-los para acessá-las.
É claro que esta postagem é uma brincadeira (espero que ninguém em algum momento tenha duvidado disso...). Mas é assim, com bom humor (e agora falando sério), que pretendo homenagear, na pessoa do Celso Loos, todos aqueles – mas, muito especialmente, os amigos, ainda que à distância, do Seres da Noite – que, de uma maneira ou outra, ajudaram a consolidar os blogs de compartilhamento de música no Brasil. Vou até empregar uma palavra que o pessoal não costuma usar, mas que define bem o meu sentimento: VALEU!
Uma nota final: à exceção do disco da Sidonie (que, mesmo assim, com um pouco de boa vontade, até dá pra encarar; melhor do que aqueles três que eu citei no início (argh!) eu garanto que é), os outros dois são de fato – deixando a gozação de lado – muito bons (o do Dragonfly – álbum pick no “allmusic – melhor do que o Strawbs (um disco bem calmo, próprio para pessoas nervosas...), na minha opinião, pelo seu clima psicodélico). Merecem ser ouvidos, inclusive pelo Celso Loos...
Dragonfly (1968) Dragonfly
Dragonfly era realmente só um pseudônimo de uma banda chamada The Legend. O grupo nunca se apresentou com o nome de Dragonfly, e o LP “Dragonfly” era apenas o título do disco e não da banda. Os seus membros incluíam Jack Duncan (baixo), Barry Davis (bateria, vocal de apoio), Gerry Jimerfield (guitarra, vocal principal), Randy Russ (guitarra, vocal de apoio) e Ernie McElwaine (teclados). A origem da banda localiza-se em El Paso, Texas, onde, em 1965, Duncan e Davis se encontraram e se tornaram amigos rapidamente enquanto tocavam num grupo chamado The Pawns. Tomando conhecimento que a The Pawns fariam um show em Farmington, New Mexico, os coloradoans (comentário meu: a palavra é intraduzível; alcunha as pessoas nascidas no Estado de Colorado) Jimerfield e McElwaine viajaram até lá para vê-los e ficaram bem impressionados. Com 26 anos, Jimerfield era um pouco mais experiente e já tocava no circuito de Los Angeles, tendo aparecido no show “Hullabaloo” e montado sua própria banda, The Lords Of London, no Colorado. Citando suas conexões em L.A., Jimerfield logo convenceu Duncan e Davis a deixarem a The Pawns e se mudarem para Durango, no Colorado, onde eles podiam ficar no motel dos pais de Jimerfield, e formarem uma nova banda. O novo grupo ensaiou ali por alguns meses e logo decidiram que precisavam adicionar um segundo guitarrista. Duncan e Davis sugeriram Russ, que eles conheciam de El Paso. A banda então foi completada quando Russ concordou em ir para Durango e juntar-se ao grupo. No início de 1967, a banda, agora chamada The Lords Of London, mudou-se para Denver, onde tocou em muitos clubes e abriu frequentemente os shows no teatro Chet Helms' Family Dog. Impacientando-se no Colorado, o grupo deslocou-se até Los Angeles por um breve período, ocasião em que trocou seu nome para Jimerfield Legend, mas logo voltaram para o bom e velho Colorado, a tempo para o Summer Of Love de 1967. Em 1968, a banda retornou a Los Angeles; encurtaram seu nome para The Legend e assinaram com o selo local Megaphone, lançando três compactos e um LP homônimo. O álbum continha principalmente covers pré-psicodélicos, e, de acordo com Duncan, os instrumentos foram tocados, na sua maior parte, por músicos não integrantes da banda. Todavia, o segundo compacto lançado pela The Legend continha duas excelentes músicas originais, não incluídas no LP (“Portrait Of Youth” e “Enjoy Yourself”), depois substancialmente refeitas e incluídas novamente no LP “Dragonfly”. Infelizmente, todos os registros se perderam num apartamento colocado à venda, e a banda voltou novamente para o Colorado, onde os seus shows continuaram a ser bem recebidos. Nesse meio tempo, McElwaine deixou o grupo e não foi substituído. Em 1969, os mesmos executivos que detinham os direitos das gravações da banda, viram-na tocando em seu velho antro, o Denver Family Dog, e ficaram pasmos diante da sua originalidade e musicalidade. Mas, desta vez, os executivos prometeram deixar a banda à vontade para produzir um LP com o material original. O grupo, então, arrumou as malas e foi para Los Angeles, para gravar o LP “Dragonfly”, no Amigo e I.D. Studios, em North Hollywood. O disco é absolutamente surpreendente e inclui vários sons originais psicodélicos, a maioria tocados em TWOS (comentário meu: ?). Na época do seu lançamento, o disco figurou em modestas colocações em paradas de sucesso nas rádios de L.A., mas, lamentavelmente, não vendeu bem, e o grupo se separou logo em seguida. Desde então, Jimerfield permanece afastado, mas Duncan, Davis e Russ estão ativos até hoje. O texto acima, originalmente em inglês e traduzido livremente para o português, foi extraído do site da banda Dragonfly no catálogo “myspace”.
Jack Duncan: Bass Barry Davis: Drums, Background Vocals Gerry Jimerfield: Guitar, Lead Vocals Randy Russ: Guitar, Background Vocals
1. Blue Monday (Davis, Duncan) 2. Enjoy Yourself (Davis, Russ) 3. Hootchie Kootchie Man (Dixon) 4. I Feel It (Duncan, Ray) 5. Trombodo (Russell) 6. Portrait of Youth (Jimerfield) 7. Crazy Woman (Duncan, Russ) 8. She Don't Care (Jimerfield) 9. Time Has Slipped Away (Duncan) 10. To Be Free (Duncan) 11. Darlin’ (Jimerfield) 12. Miles Away (Duncan)
[SB] [82MB @320kbps]
Strawbs (1970) Dragonfly
Uma das melhores bandas britânicas de rock progressivo do começo dos anos 70, a Strawbs diferia de suas compatriotas mais bem-sucedidas – Moody Blues, King Crimson, Pink Floyd – principalmente porque o seu som originou-se da música folk inglesa ao invés do rock. Fundada em 1967, como um trio de bluegrass chamado Strawberry Hill Boys, pelo cantor e guitarrista Dave Cousins, o grupo, originalmente, consistia de Cousins, guitarrista e vocalista, Tony Hooper, bandolinista, e Arthur Phillips, que foi substituído em 1968 por Ron Chesterman, no baixo. Naquele mesmo ano, o grupo – agora rebatizado de Strawbs e tocando um repertório bem além dos limites do bluegrass – rapidamente se tornou um quarteto, com a adição temporária de Sandy Denny, que permaneceu o tempo suficiente para gravar um punhado de músicas com o grupo no selo Hallmark antes de ingressar no Fairport Convention.
Em 1969, a Strawbs assinou contrato com a A&M Records e gravou seu primeiro álbum, o acústico “Strawbs”, naquele mesmo ano. Para seu segundo álbum, “Dragonfly”, gravado e lançado no ano seguinte, a banda ampliou seu som com a presença de um grupo de músicos, incluindo o pianista e organista Rick Wakeman. Logo após o lançamento deste disco, o grupo tornou-se uma banda madura, com a adição não só de Wakeman, mas também de Richard Hudson e John Ford, na bateria e baixo, respectivamente. Essas mudanças, juntamente com a destreza crescente de Cousins na guitarra, deu ao Strawbs um som muito mais poderoso daquele que foi exibido no primeiro álbum (comentário meu: no original está escrito “próximo álbum”, o que, há de se convir, se trata de um equívoco).
O disco ao vivo, “Just a Collection of Antiques and Curios” (1970) vendeu bem, e foi seguido, no próximo ano, por “From the Witchwood. Em 1971, Wakeman saiu do Strawbs, a fim de integrar-se ao Yes, tendo sido substituído por Blue Weaver, anteriormente da Amen Corner. “Grave New World” (1972) mostrou a banda entrando na sua melhor fase, com as músicas de Cousin sendo acrescidas pelo novo time de compositores, constituído por Hudson e Ford. O disco tornou-se o mais vendido até agora. Infelizmente, o seu lançamento também anunciou a saída de Tony Hooper. Ele foi substituído por Dave Lambert, um guitarrista identificado com um rock mais agressivo, e sua adição levou o grupo ao auge. O disco de 1973, “Bursting at the Seams”, teve dois hits, “Lay Down” e “Part of the Union”, incluídos no Top Ten britânico, e uma faixa do álbum, “Down by the Sea”, acumulou posições consideráveis nas paradas de sucesso das rádios FM americanas.
Como tudo que é bom dura pouco, Blue Weaver deixou a banda depois de uma turnê, enquanto Hudson e Ford saíram para formar a Hudson-Ford, com contrato assinado também com a A&M. A Strawbs reagrupou-se em 1974, com “Hero and Heroine”, gravado com uma formação nova, constituída por Cousins, Lambert, o tecladista John Hawken, o baixista Chas Cronk e o baterista Rod Coombes. O novo álbum foi um fracasso comercial e de crítica na Inglaterra, mas foi muito popular na América. Seus dois álbuns seguintes, “Ghosts” (1975) e “Nomadness” (1976) saíram-se melhor nos Estados Unidos do que no Reino Unido. Nada disso, no entanto, foi suficiente para sustentar o grupo, que continuou a perder membros e também deixou a A&M Records. Mais dois álbuns no selo Oyster foram mal distribuídos e mal recebidos, e um disco para a Arista, “Deadlines” (1978), foi um fracasso, enquanto um segundo registro para a mesa etiqueta nunca foi lançado. O grupo deixou de existir no final da década de 1970 e Cousins embarcou em alguns projetos solo, em associação com o guitarrista Brian Willoughby, que atraíram o interesse de fãs ardorosos, mas raros. Isso poderia ter sido o fim da história do grupo, se não fosse por um convite para ele tocar em 1983 no Cambridge Folk Festival. A Strawbs atendeu o convite, tendo se apresentado com Cousins, Hooper, Hudson, Ford, Weaver e Willoughby, e a resposta foi tão favorável que uma turnê foi agendada, a qual, por sua vez, levou a banda a regressar ao Estados Unidos em meados dos anos 80. O grupo prosseguiu com o lançamento de dois discos de estúdio no Canadá.
Em 1993, lançaram o seu disco retrospectivo de concertos, “Greatest Hits Live!”, que resume muitos dos pontos altos de sua história. O grupo continuou a tocar ao longo da década e no século seguinte, lançando uma série de discos ao vivo e álbuns de estúdio. 2008 viu a formação original da época de “Hero and Heroine” retornar ao estúdio para gravar “The Broken Hearted Bride”, um retorno empenhado que consolidou o poder de permanência da banda. O texto acima, de autoria de Bruce Eder, foi extraído do site “allmusic” e traduzido livremente do inglês.
Paul Brett: Guitar Ron Chesterman: Bass, Double Bass Dave Cousins: Guitar, Vocals Claire Deniz: Cello John Ford: Bass, Vocals Tony Hooper: Guitar (Acoustic), Guitar, Percussion, Guitar (Electric), Tambourine, Vocals Richard Hudson: Percussion Bjarne Rostvold: Drums Tony Visconti: Percussion Rick Wakeman: Piano, Keyboards
1. The Weary Song (Cousins) 2. Dragonfly (Cousins) 3. I Turned My Face into the Wind (Cousins) 4. Josephine, For Better Or For Worse (Cousins) 5. Another Day (Cousins) 6. ‘Til the Sun Comes Shining Through (Cousins) 7. The Vision (Hooper) 8. The Vision of the Lady of the Lake (Cousins) 9. Close Your Eyes (Cousins, Hooper)
[SB] [52MB @VBR]
Sidonie (2000) Dragonfly [EP]
O Sidonie foi formado em 1997 por três estudantes de medicina em Barcelona, Espanha. Marc Ros (voz e guitarra), Axel Pi (bateria) e Jesús Senra (voz e baixo) começaram tocando versões de suas bandas preferidas: Velvet Underground, The Doors, David Bowie, Beatles e Rolling Stones. As influências psicodélicas podem ser ouvidas desde o primeiro trabalho da banda, o mini LP Dragonfly (2000). Depois foram lançados: Sidonie (2001), Shell Kids (2003) e Fascinado (2005). Em 19 de Junho de 2008 sai Costa Azul, com músicas mais calmas e sofisticadas porém sem deixar de lado a psicodelia. O texto acima foi extraído do site “last.fm”.
Albert Gil: Percussion Axel Pi: Synthesizer, Percussion, Drums, Keyboards, Tabla, Sampling, Cajon Marc Ros: Synthesizer, Guitar (Acoustic), Bass, Percussion, Guitar (Electric), Keyboards, Vocals, Sampling Jesus Senra: Synthesizer, Guitar (Acoustic), Bass, Keyboards, Sitar, Vocals, Sampling
1. All Is Cool in the Evening (Pi, Sidonie) 2. Curious Change (Ros) 3. Sidonie Goes to London (Sidonie) 4. Entertainment (Sidonie) 5. Beautiful Stranger (Maddona, Orbit)
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