Opa, entrando no ar, com algum atraso... Hoje a Radio Yer vai deixar cair, trazendo um petisco um pouco diferente do usual... Que tal some jazz-fonk for ya??? Yeah, yeah, mas podem preparar as orelhas que a gente não tá falando de um brother qualquer... o negócio é groove de alta octanagem, pessoal: Mr. Jimmy Smith, um dos pais do Soul Jazz, o cara que levou o Hammond B-3 a se tornar um dos instrumentos mais proeminentes no jazz dos anos 60, praticamente criando um subgênero, o organ jazz; mas a influência do cara extrapola em muito as raias do jazz, e Booker T., Al Kooper e todo tecladista bala que a gente conhece deve as calças a ele... Em 1972, Mr. Jimmy já estava na Verve fazia 10 anos, nos quais alternou grandes discos com alguns esquecíveis (se deixando afogar naquele mar de cordas, sopros e paetês que a Verve insistia em vestir nos artistas de seu cast). O fato é que Smith já tava de saco cheio daquela suavidade toda fazia tempo e Root Down era a oportunidade que o cara tava esperando pra soltar os cães (o disco se revelaria seu penúltimo trabalho para o selo nos anos 70). Pois é, no estúdio era canapés, drinks e blábláblá, mas ao vivo... mermão, o sujeito mandou ver um show de fazer qualquer brother da Stax botar as barbas de molho... O cara consumia as teclas do Hammond com fogo e suavidade em igual medida, despejando overdoses de soul e funk, pitadas de pop aqui e acolá, e, na base de tudo, o blues, língua da qual ele sempre foi um mestre. Isso fica claro na versão estilhaçante de After Hours, um dos vários melhores momentos do disco. Pra tocar com o mestre, reuniram-se alguns dos melhores músicos do pedaço: a cozinha era: Wilton Felder (dos então Jazz Crusaders) no baixo; na batera Paul Humphrey (sujeito de confiança de Wes Montgomery e Charles Mingus, tá bom ou quer mais?); na percussão Buck Clarke (preferido de Jack Mcduff e Jimmy Mcgriff, dois outros mestres do Hammond); e na guitarra Arthur Adams (com as credenciais garantidas por Quincy Jones e James Brown) cavucando todos os wah-wahs imagináveis na guitarra, deixando tudo prontinho pra Jimmy chegar e soltar uma das obras-primas do funk instrumental dos '70s na cabeça da gente... Jimmy se foi em 2005, mas Root Down é mais uma parte brilhante do legado imortal que este gênio deixou... Então, sem mais papo, vamo deixar caiiiiirrrrr.....
Jimmy - What the f%$#@ are you lookin' at, SOB? - Smith no comando do instrumento que o tornou imortal, o Hammond B-3.
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