sábado, 22 de agosto de 2009

Manassas by Dugabowski

Embora não faltem dados biográficos sobre Stephen Stills na Internet (natural, dada a sua importância para a história do rock), escasseiam informações na rede a respeito do Manassas, grupo de rock que Stills fundou e capitaneou de 1971 a 1973, com dois discos gravados (há, no blog Masterpiece – www.adeodato.blogspot.com/search?q=manassas – a postagem de um concerto do Manassas, de 1972, intitulado “ConcertGeboum, Amsterdam NL”, que não consta, todavia, na discografia oficial da banda). O verbete da Wikipedia sobre o Manassas é muito chocho, e o próprio site oficial do Stephen Stills registra apenas os discos do grupo, sem tecer-lhe comentários. Como a intenção é mostrar, sempre que possível, um pouco da história das bandas cujos discos estão sendo disponibilizados para download, a saída, no caso, foi recorrer mais uma vez ao site “allmusic” (pedindo desculpas àqueles que torcem o nariz para o famoso guia, que não são poucos; mas... fazer o quê? mesmo com todos os seus tropeços informativos, o site continua sendo o bombril da música; nessas horas é que se vê), que apresenta uma sintética – mas alguma, pelo menos – biografia do grupo, assinada por Rob Caldwell, aqui reproduzida em tradução livre, mas preservada, obviamente, a essência dos dados (porém ninguém precisa se preocupar: a tradução pode ser macarrônica, mas o Manassas é muito massa (mesmo infamando, quem resiste a um trocadilho?). Eis, portanto, a minibiografia do Manassas, de Rob Caldwell:

Liderada por Stephen Stills, com Chris Hillman (The Byrds, Flying Burrito Brothers), Paul Harris (músico de estúdio que tocou com B.B. King, Eric Anderson e muitos outros), Joe Lala (Blues Image), Al Perkins (Flying Burrito Brothers), Calvin “Fuzzy” Samuels (Crosby, Stills & Nash) e Dallas Taylor (Crosby, Stills & Nash), Manassas foi uma das mais talentosas reuniões de talentos musicais do seu tempo. Sentindo-se à vontade tocando tanto latin jams, quanto rock, blues, country, folk e bluegrass, a banda também se mostrou uma das mais versáteis na história do rock.
Formada em 1971, a partir das sessões de gravações do terceiro álbum solo de Stills, Manassas desenvolveu uma química tão intensa entre os seus componentes que o seu processo de amadurecimento demorou menos tempo do que o previsto. Mas, mesmo com um álbum pronto (gravado no Criteria Studios, em Miami), o grupo ainda não tinha nome, circunstância que não o impediu de fazer uma pequena turnê, durante a qual, numa estação de trem em Manassas, Virginia, foi tirada uma foto do grupo, de pé, embaixo de uma tabuleta da cidade, daí resultando o nome homônimo da banda e, convenientemente, o nome do primeiro álbum. Soltos no palco e no estúdio, os shows da banda frequentemente se esticavam por três horas. O formato ao vivo consistia, normalmente, num set de abertura, seguida de um solo acústico a cargo de Stills, depois Hillman e Perkins tocando bluegrass, mais um set de rock e country com a banda e fechava com uma sessão acústica com o grupo inteiro.
As excursões do Manassas levaram-no ao circuito mundial, e, em março de 1972, em Paris, Stills conhece a cantora e compositora francesa Veronique Sanson, encontro que acabou em casamento no ano seguinte. Do relacionamento de Stills e Sanson, logo em seguida, nasceu Chris (mais tarde um artista independente). Stills e Lala (juntamente com um membro posterior do Manassas, Kenny Passarelli) também tocaram no disco de Sanson, lançado em 1974, chamado Le Maudit.
Além das suas agitadas excursões, a banda ainda tinha que encontrar tempo para as gravações de outro álbum de estúdio. Entretanto, infelizmente, a inspiração já não era a mesma do seu álbum de estréia. Bebidas e drogas estavam afetando negativamente a qualidade musical do grupo, e muito do material produzido era novo (incluindo uma faixa com Stevie Wonder liderando os vocais). Gravando no mesmo local (Criteria Studios) do primeiro disco, a banda vê os produtores e engenheiros Ron Albert e Howard Albert abandonarem o projeto, frustrados com o trabalho realizado, que só foi completado no Colorado e em Los Angeles. No fim, “Down The Road” não se revelou um disco ruim; ele apenas não pode comparar-se com o seu predecessor.
Outro fator que contribuiu para a dissolução do Manassas foi a sombra sempre presente do grupo Crosby, Stills, Nash & Young. Além disso, a Atlantic Re-cords não promoveu os álbuns do Manassas satisfatoriamente, vislumbrando a banda como apenas mais um projeto paralelo de Stills, sem desvinculação do C,S,N&Y. De fato, em 1973, C,S,N&Y reuniram-se no Havaí para planejar juntos um novo álbum, que no fim fracassou. Stills, então, retornou ao Colorado com a intenção de retornar o trabalho com o Manassas, mas já era tarde para isso. Taylor era agora viciado em heroína e Samuels tinha outros compromissos que o tornavam indisponível. Não dissuadido, Stills preencheu a vaga de Samuels com Kenny Passarelli, baixista que tinha tocado com a Joe Walsh's Barnstorm numa curta turnê que os dois grupos fizeram juntos.
A série de shows que se seguiu foi o canto do cisne para o Manassas, ficando os componentes da banda liberados para outros projetos no final da excursão. Hillman, então, integrou-se ao Souther-Hillman-Furay Band, enquanto Stills retor-nou logo à estrada como artista solo com uma banda especialmente escalada para a turnê, tendo como componentes Donnie Dacus, da banda de Veronique Sanson, o veterano Russ Kunkel e o tecladista Jerry Aiello, com o registro de um disco seu, como solista, logo após a excursão.

Por último, não pode passar em branco, em atenção aos admiradores do Manassas e dos Rolling Stones, uma inconfidência (ou pura bisbilhotice? é difícil dizer agora, como se verá) envolvendo as duas bandas, revelada tanto no livro “1001 discos para ouvir antes de morrer”, com edição dirigida por Robert Dimery (Lisma Editora, Seixal, 2006, p. 270), e ali atribuída a Giancarlo Susanna, que assina, no calhamaço, o comentário sobre o disco homônimo do Manassas (aliás, por aí já se vê a alta cotação do Manassas no meio musical, e não apenas no cenário roqueiro, ao menos com relação ao seu disco de estréia, que se encontra selecionado no afamado e bem-$ucedido tijolo (960 páginas!), malgrado muitas pessoas, de currículos respeitáveis, vejam com desconfiança tais listas, sustentando que se trata de meros caça-níqueis), quanto nas anotações de Rob Caldwell ao mesmo disco, feitas no site “allmusic”, que é a seguinte: Bill Wyman, baixista dos Rolling Stones, que participou da gravação do álbum “Manassas” (segundo Susanna e Caldwell, ele tocou baixo na faixa “The Love Gangster”, embora, estranhamente, no encarte do disco, conste o seu nome como baixista de outras faixas do álbum, mas não de “The Love Gangster”, se bem que realmente lhe creditaram ali a co-autoria da mú-sica; um equívoco, sem dúvida, da gravadora, que inclusive omite o nome do(s) baixista(s) que tocam no lado 2 da versão em vinil; a gravação em cd está contida num único disco, mas o encarte é o mesmo, e a omissão, por isso, também se repete no cd) Wyman, então, teria afirmado – conforme Susanna, a Dallas Taylor; Caldwell não especifica a quem – que apreciaria deixar os Rolling Stones para se juntar ao Manassas, só não o fazendo porque não foi convidado. Será? Sem a confirmação de Wyman ou de Taylor (alguém, por acaso, sabe se um ou outro confirmou a notícia? na Internet, pelo menos, não consta nada a respeito) é impossível matar a charada, como já dito antes. Portanto, vai a dica: quem for curioso e quiser tirar a prova do fato narrado por Susanna e Caldwell, poderá buscar a resposta com o Bill Wymann ou mesmo – a dar-se crédito à versão de Susanna – com o Dallas Taylor, o que não é inviável, já que ambos, ao que consta, estão velhinhos mas vivinhos da silva... A propósito: é bem provável que os Rolling Stones estejam padecendo, desde 1972, de um incômodo complexo de inferioridade. Sim, porque, se for verídica a afirmação de Susanna e Caldwell, Wyman, baixista dos Stones na época, teria deixado subentendido, com a sua bombástica declaração, que considerava o Manassas superior aos ingleses; que outro raciocínio é possível fazer? Descobrir a verdade, portanto, além de recolocar a história do rock nos seus devidos trilhos, o que não é pouco, poderá também acabar com o sofrimento stoniano; de qualquer maneira, é certo que não irá agravá-lo; já é um consolo para os fãs de Mick Jagger & Cia., a esta altura completamente angustiados, e com toda razão. Por isso, é bom os entusiastas do rock pensarem no assunto... seriamente; pode estar em jogo a saúde mental dos Stones...



Stephen Stills - Manassas (1972) Manassas

Faixas:
# The Raven
1. Song Of Love
2. (a) Rock & Roll Crazies
2. (b) Cuban Bluegrass
3. Jet Set (Sigh)
4. Anyway
5. Both Of Us (Bound To Lose)
# The Wilderness
6. Fallen Eagle
7. Jesus Gave Love Away For Free
8. Colorado
9. So Begins The Task
10. Hide It So Deep
11. Don1t Look At My Shadow
# Consider
12. It Doesn’t Matter
13. Johnny’s Garden
14. Bound To Fall
15. How Far
16. Move Around
17. The Love Gangster
# Rock & Roll Is Here To Stay
18. What do Do
19. Right Now
20. The Treasure (Take One)
21. Blues Man

# Músicos (The Raven/The Wilderness):
Voices: Stephen Stills, Chris Hillman, Joe Lala, Al Perkins
Guitars: Stephen Stills, Chris Hillman, Al Perkins
Steel Guitar: Al Perkins
Congas, Timbales/Percussion: Joe Lala
Harmonica: Sydney George
Piano, Organ, Eletric Piano, Clavenette: Paul Harris, Jerry Aiello & Stephen Stills
Bass: Calvin “Fuzzy” Samuels & Bill Wyman
Acoustic Bass: Roger Bush
Fiddle: Byron Berline
Mandolin: Chris Hillman
Drums: Dallas Taylor

# Músicos (Consider/Rock & Roll Is Here To Stay):
Voices: Stephen Stills, Chris Hillman, Joe Lala, Al Perkins
Guitars: Stephen Stills, Chris Hillman, Al Perkins
Bottleneck Guitar: Stephen Stills
Steel Guitar: Al Perkins
Organ, Tack Piano & Piano: Paul Harris
Congas, Timbales/Percussion: Joe Lala
Acoustic Guitars: Stephen Stills
Fiddle: Byron Berline
Drums: Dallas Taylor
Expanded Series III Moog Synthesizer programmed by Malcom Cecil and per-formed by Stephen Stills

Part 1
[MU 85MB @320kbps]


Part 2
[MU 77MB @320kbps]




Stephen Stills - Manassas (1973) Down The Road

Faixas:
1. Isn’t It About Time
2. Lies
3. Pensamiento
4. So Many Times
5. Business On The Street
6. Do You Remenber The Americans
7. Down The Road
8. City Junkies
9. Guaguanco De Veró
10. Rollin’ My Stone

Músicos:
Stephen Stills: guitar, slide guitar, piano, organ, bass, and vocals
Dallas Taylor: drums
Chris Hillman : guitar, bass, mandolin, and vocals
Joe Lala: congas, timbales, percussion, and vocals
Al Perkins: pedal steel guitar, guitar, and banjo
Fuzzy Samuel: bass and vocasl
Paul Harris: piano and organ
Joe Walsh: slide guitar
Bobby Whitlock: keyboards, vocals
Sydney George: flute
Jerry Aiello: organ
Charlie Grimes: guitar
Guille Garcia & Lachy Spinol: additional percussion
Pat Arnold: vocals


[MU 69MB @320kbps]

Nenhum comentário: