Aleluia, irmãos. Tokyo.. Live mostra o Reverendíssimo Al Green numa série de shows realizados no Japão, em 1978. Essas aparições pegam Al num período confuso de sua carreira, momento em que não sabia se acendia uma vela a Deus (tendo sido ordenado Pastor em 1976) ou uma ao diabo (vivendo a vida que a gente sabe que todo ídolo leva). Pra piorar, de 1976 em diante a disco music infernizou o mundo, e a carreira de brother Al não ficou imune à devastação. Mas com toda a confusão que vivia na vida pessoal/espiritual, Al era - é - um performer tão espetacular que nos palcos entregava um show daqueles de fazer qualquer ser humano ficar abalado, como vocês terão o prazer de constatar nas 10 primeiras faixas do setlist de Tokyo... Live. Nas 4 últimas performances do disco, Al resvala na indulgência de versões excessivamente extendidas e em arranjos disco. O que deixa a gente meio assim-assim quando termina o disco. Faltou uma certa sensibilidade pra fazer a edição do disco. Mas também tem uma coisa, é fácil a gente vir aqui e falar tudo isso, analisando retrospectivamente, depois de anos de decantação, maturação e assimilação da história da música. Outra coisa bem diferente é você ter de produzir um disco que precisa manter sua integridade como compositor e performer, e estar ao mesmo tempo adequado ao contexto musical de sua época. Quase todos os artistas negros da época - pra sobreviverem - cederam à onda disco, e até gente fora da música black, como os Stones e o Kiss (pra lembrar só de dois) embarcaram na onda dancin' days. Então, brother Al, Lord have mercy, teus pecados disco estão perdoados, amem. E tem o seguinte, só a versão de Belle já colocaria Tokyo.. Live em qualquer lista de soul live albuns essenciais. It's all green, man, all green...
[SB] [158MB]
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