Hello boys & girls, após ter-se fechado um contrato ultra-maxi-mega-bilhardário com o blog Seres da Noite (rolam boatos de que a negociação deu-se na casa dos quatrocentos bilhões de Kuanzas, tudo definido numa reunião entre os capos das duas corporações na penthouse de Sir Cesar Harley-Davidson, às margens do Sena), aqui estamos para a primeira transmissão conjunta da Radio Yer (MFRAR-VIT, 8 miles high no seu dial) com o Blog Seres da Noite... E a gente não poderia começar de maneira melhor: três dos momentos mais definitivos e insanos da velha e boa música do diabo...
Chega de blá-blá-blá e vamos detonar logo o primeiro petardo. Vocês já ouviram aquele papo de orgasmo múltiplo? Yeah, yeah... vocês sempre acharam que isso era lenda? Então é o seguinte: Royal Albert Hall, começos de 1970, Led Zeppelin, tour do LZ II. Banda com apenas um ano de idade. Embora Page, Plant, Bonzo & Jones já soubessem que estavam destinados a serem os reis (não dá pra imaginar o contrário ouvindo a performance estarrecedora), os caras atingem a platéia com fúria indomável, típica de quem ainda luta pelo topo absoluto do rock stardom. (Depois de 1972, as performances da Banda continuaram sendo lendárias, mas é inegável que ficaram um pouco confortáveis demais). Versões absolutamente pirantes de Dazed & Confused (aqui no tamanho certo, sem aqueles megalomaníacos 30 minutos de 1972-73 em diante), What Is And What Should Never Be, How Many More Times (20 minutos de puro êxtase, no meio do qual Jimmy emenda o riff de Whole Lotta Love... putz, já imaginaram o que seria esses dois épicos misturando-se numa super-duper-monster-mamma-jam???) e Bring It On Home... Show na íntegra, sem edições, sem overdubs (até prova em contrário, folks). Porrada após porrada sonora direto nas têmporas, nos neurônios, nos nervos, num dos massacres mais emocionais e emocionantes do ano da graça de 1970. E mesmo eu, Whomaníaco, tenho de me render às evidências, Townshend & Cia. "quase" encontraram um competidor à altura de seu imbatível happening de Leeds neste mesmo 1970... Depois dessa experiência no Royal Albert Hall, minha lista de cinco magníficos official live rock concerts está definitivamente alterada, com estes dois eventos no toppermost of the poppermost (huahuahua, lá vem esse mala do Yerblues filosofando)... Esse show é uma transmissão da Radio Yer pra todos os sintonizados, mas especialmente pra maior zepp girl do pedaço, Ms. Cristina, você mesmo Pazó! Apoteose 4 ever!, baby... Cut the crap, man, let the Band booooooogie...
Led Zeppelin - Royal Albert Hall 01-09-1970
Disc 1 [RS] [137MB @320kbps]Disc 2 [RS] [83MB @320kbps]Awwwwwwright, pessoal...... na segunda transmissão da noite, Radio Yer delirantemente apresenta Edgar Winter’s White Trash no
shake-it-up-baby-now Roadwork ’72…o que você quer? Rhythm & Blues? Gospel? Soul?
A lil’ bit Texas, a lil’ bit New Orleans, e acima de tudo Rock & Roll, muuuuuito Rock & Roll? Tudo regado a metais em brasa como não se ouvia desde... desde Ray
godammit Charles! Os 49 viciantes minutos de
Roadwork te pegarão pelas orelhas, solapando versões
estupidificantes de
Still Alive & Well,
Tobacco Road (wow, 17 minutos de puro e excessivo Blues & Rock Power na testa!) e a melhor cover de
Back in The USA ever! No grande momento do show, numa das
intros mais cool de todos os tempos, Edgar manda essa: people keep asking:
where’s your brother????? Hey, Johnny…e você quase pode ver o mano de Edgar, aquele albino magrelo empunhando a
Gibson firebird detonando uma versão arrasadora de
Rock and Roll Hoochie Koo junto de outro monstro das
six strings, Rick Derringer... e pensar que quase toda a crítica da época acusava Edgar e Cia. de serem
posers... se é assim, qual branquelo tocando blues não é
poser? E afinal, pose é ou não é um dos atributos importantes de qualquer
rocker que se preze, pombas? Na... esses críticos racionalizam demais um gênero que nasceu exatamente da necessidade de usar-se menos a cabeça e mais o rebolado... o negócio é seguinte: se o Edgar e sua trupe posam de rockers, man, eles fingem bem pra cacete, huahuahuahuahua!
‘Nuff Said, fellas, com vocês, Edgar Winter’s White Trash.... wooooo-hooooo....
Edgar Winter & Whitetrash - Roadwork - 1972[SB] [89MB @192kbps]And now, ladies & gentlemen, pra fechar, a gente manda um bootleg pro ar… mas peraí, não é somente um bootleg....
it’s The Rolling fuckin’ Stones, on the best fuckin’ bootleg ever!… Quando se trata de Rock & Roll, quer dizer, ROCK & ROLL, não dá, ninguém consegue esculachar uma platéia como Keeeeef,
the riffmeister, the ultimate motherf*cker, the son of Berry, the lord of the riffs, the liver legend... e se você põe do lado desse monstro outro chamado Mick Taylor... é quase covardia o que esses dois tocam nestas apresentações.... hey, where’s Jagger, Watts e Wyman nessa equação, porra? Huaahuhuahua... galera, pra vocês terem uma parca noção do que está por lhes atingir, neste boot está a maior performance rock & roll de todos os tempos! Yeah! Só isso, huahua. E isso é terminativo, não sujeito a revisões, avaliações, interpretações, ou qualquer blábláblá do gênero! Eu não tô nem aí se você é punk, gótico, headbanger, grunge, emo (er... huahuahuahuahuahua) ou qualquer outro rótulo que queira, esta versão de
Street Fighting Man é simplesmente o ápice definitivo do Rock! É daqueles momentos que fazem qualquer ser humano (digo, qualquer ser humano vivo!) ficar sem ação, esvaziado de qualquer pensamento ou conceito, tão aturdido, despedaçado, perdido, impressionado, estarrecido, ameaçado, eufórico... uns chamam isso de experiência transcendental, outros de nirvana... eu não sei nada disso, mas se uma das explicações que já bolaram por aí dizem que o Rock surgiu como um libelo da emoção sobre a razão, nesta singela e breve
performance o gênero ganhou nova dimensão, alcançou outro nível, passou a necessitar de outra definição... e permanece indefinível até hoje!
“Hey! said my name is called disturbanceI’ll shout and scream, I’ll kill the king, I’ll rail at all his servantsWell, what can a poor boy doExcept to sing for a rock & roll band‘cause in sleepy London townThere’s no place for a street fighting man…”Pode existir letra mais foda, mais emblemática, mais demoníaca, mais representativa do que é esta porra chamada Rock & Roll???? Pode até ser... mas uma coisa é certa, nunca mais vai aparecer uma Banda que conjugue a composição de uma letra dessas com uma performance tão aterradora, tão desclassificante (pra todo o “resto”, é claro), tão
waisted e tão perfeita como esta... Naquela tour de 1973, os Stones estavam, mais uma vez, à beira da dissolução... Mick Taylor ia embora já-já, frustrado e puto-da-vida com Jagger & Richards; Keith ia, supostamente, morrer a qualquer momento; Jagger tinha tinha virado estrela do
jet-set, com direito a filantropia e casamento em El Salvador... com tudo isso destroçando a vida pessoal dos caras, eles sobem no palco em Bruxelas e atingem um limite antes apenas suposto em teses acadêmicas, no qual uma Banda de Rock faz com que os neurônios e nervos da platéia não se digladiem, mas fodam loucamente uns com os outros por 4:42 minutos, na velocidade do som... tá na História.
Dammit, Yer, você fala pra cacete!
Just roll the tape, you shithead…
The Rolling Stones - Live, Europe '73[SB] [110MB @192kbps]Caros ouvintes/bloggers, depois de mais de três horas de puro veneno, a Radio Yer vai encerrando suas atividades por hora, esperando contar com a sua audiência/visita num futuro próximo... Esperamos, sinceramente, que esta transmissão tenha agradado a todos.
Gooooooooooood night....