quarta-feira, 31 de março de 2010

Para a reinaguração do blog, convidamos “A Banda” pra tocar um som; deu mais ou menos certo...


Em comemoração ao reinício do blog (dando vivas à cautela e ao presságio do Ser, que tinha feito backup de tudo; valeu, Ser), revolvemos convidar a The Band para tocar um forrozinho pra galera. Impedidos de comparecer, o pessoal muito gentilmente nos remeteu um disco do grupo, gravado ao vivo no já longínquo ano de 1973, mas lançado em CD somente em 1995. Bom, sendo ao vivo, dá no mesmo, não é mesmo? Foi o que eu disse pros rapazes da banda (os remanescentes, porque dois, lamentavelmente, já faleceram), agradecendo a remessa. Então taí o disco.
Só mais uma coisa: a exemplo de outras postagens de grupos pra lá de conhecidos, creio desnecessário acrescentar informações a respeito da The Band (o release que o Helm, o Hudson e o Robertson me mandaram, eu perdi, infelizmente); quem as quiser (biografia, discografia, etc.), pode acessar, dentre outros, este site, ou este, ou este, todos em português, ou então este outro, em inglês, ou, ainda, o próprio site oficial da banda, igualmente em inglês.















The Band (1973) Live at Watkins Glen


Músicas:
1. Back To Memphis (Berry) 6:20
2. Endless Highway (Dylan, Robertson) 5:20
3. I Shall Be Released (Dylan) 4:18
4. Loving You Is Sweeter Than Ever (Hunter, Wonder) 3:25
5. Too Wet To Work (Hudson) 3:28
6. Don’t Ya Tell Henry (Dylan) 4:01
7. The Rumor (Robertson) 4:57
8. Time to Kill (Robertson) 4:54
9. Jam (Band) 3:02
10. Up On Cripple Creek (Robertson) 4:49
Músicos:
Rick Danko: Bass, Vocals
Levon Helm: Drums, Mandolin, Vocals
Garth Hudson: Organ, Clavinet
Richard Manuel: Piano, Drums, Clavinet, Vocals
Robbie Robertson: Guitars


terça-feira, 30 de março de 2010

Geronimo Black: o velho e o novo (turbinado)


São os dois únicos discos da banda Geronimo Black, capitaneada pelo finado Jimmy Carl Black, o famoso “índio” da incensada banda Mothers Of Invention, fundada por Frank Zappa, e também líder da Grandmothers (que os herdeiros de Frank Zappa querem ver pelas costas... veja o porquê na biografia da banda, já postada aqui). O primeiro, homônimo e manjadíssimo, lançado inicialmente em vinil, em 1972, posteriormente relançado em CD, em 1995 (é a versão aqui postada), é um verdadeiro clássico, disponível em vários blogs, mas cuja postagem nunca é demais. Já o segundo álbum, lançado originalmente em 1980, em LP, depois relançado, no ano de 2008, em CD, bastante ampliado, traz regravações, sobras de estúdio, remixes, gravações ao vivo, enfim, a rapa do tacho; tá na cara que é o típico disco caça-níquel (os sucessores do Jimmy não devem estar muito bem de grana...), mas, mesmo assim, apresenta algumas canções muito boas, que merecem, a meu ver, uma audição. Além do mais, penso que se trata de um disco de colecionador, o que, por si só, justificaria o post.















Geronimo Black (1972) Geronimo Black


Músicas:
1. Low Ridin’ Man (Black, Contrelli) 4:15
2. Siesta (Cahan, Gardner, Contrelli) 4:14
3. Other Man (Leavey, Walley) 3:01
4. L.A. County Jail ‘59 C/S (Contrelli) 4:16
5. Let Us Live (Cahan) 4:28
6. Bullwhip (Contrelli) 4:16
7. Quaker’s Earthquake (Cahan) 2:48
8. Gone (Leavey, Walley) 3:10
9. An American National Anthem (Moreno, Black) 6:53
10. ‘59 Chevy (Contrelli) 3:35
Músicos:
Andy Cahan: Drums, Piano, Organ, Pipe Organ, Guitar, Wind Chimes, Harpsichord, Vocals
Denny Walley: Guitar, Vocals, Background Vocals, Pipe Organ
Tom Leavey: Bass, Vocals, Background Vocals
Bunk Gardner: Tenor Sax, Alto Flute, Trumpet, Bassoon, Cornet, Piano, Pipe Organ
Tjay Contrelli: Tenor Sax, Baritone Sax, Flute, Vocals
Jimmy Carl Black: Vocals, Drums, Tympani, Percussion
Arno Nuefeld: First Violin
Samuel Cytron: Second Violin
Phil Goldberg: Viola
Nat Gershman: Cello
Scott Page: Oboe
Keith Olson: Background Vocals
Murray Roman: Brother Mouth
(Line-up extraído do encarte do CD, lançado em 1995)






















Geronimo Black (2008) Welcome Back


Músicas (*):
1. Trail of Tears (Black)
2. Low Ridin’ Man (Black, Contrelli)
3. Teenage Credit (Leavey)
4. Other Man (Leavey, Walley)
5. Hoochie Coochie Man (Live) (Dixon)
6. Lovesick Blues (Mills, Friend)
7. Mayonnaise Mountain (Remix) (Collins)
8. Thunderbuns Vs. The Knumb Nut (Contrelli)
9. An American National Anthem (Moreno, Black)
10. ‘59 Chevy (Original Version) (Contrelli)
11. Big Boss Man (Live) (Smith, Dixon)
12. Trail of Tears (Alternate Mix) (Black)
13. ‘59 Chevy (Remixed Single Version) (Contrelli)
14. Thunderbuns Vs. The Knumb Nut (Edit) (Contrelli)
15. Gone (Remix) (Leavey, Walley)
Músicos:
Jimmy Carl Black: Drums, Vocals
Bunk Gardner: Sax, Flute, Trumpet, Wind
Tjay Contrelli: Sax, Flute
Denny Walley: Guitar
Andy Cahan: Keyboards, Drums, Percussion
Tom Leavey: Bass, Harmonica
James Harmon: Harmonica
Jerry McGee: Guitar
Don Preston: Synthesizer
Meatball: Drums
Joe Lala: Percussion
Ray Collins: Vocals
(*) A versão original, de 1980, em vinil, continha 9 músicas apenas.
(Line-up extraído do site de Andy Cahan.








A biografia que segue, em tradução livre do inglês, é de autoria de Stewart Mason e foi fisgada do site allmusic.
Geronimo Black seria apenas mais uma entre centenas de esquecidas bandas de hard rock semi-progressivo (comentário meu: o que seria semi-progressivo? um progressivo pela metade? um progressivo que não progrediu totalmente? tsk, tsk, tsk, esses carimbadores...) dos anos 70, não fosse o pedigree dos seus membros. O grupo foi formado pelo ex-baterista da Mothers Of Invention, Jimmy Carl Black, em 1970, logo após Frank Zappa dissolver a original Mothers. Nomeada em homenagem ao filho mais novo de Black, Geronimo (que depois seguiu carreira independente), a banda era dominada inteiramente por Black, embora ele fosse um dos dois vocalistas e todos contribuíssem para a composição das músicas. Além de Black na bateria e nos vocais e o seu companheiro da Mothers, Bunk Gardner, nos teclados e instrumentos de sopro, o grupo incluía também o saxofonista Tjay Contrelli (que anteriormente tinha integrado a segunda formação da Love), o guitarrista e cantor Denny Walley (que ironicamente trabalharia com Frank Zappa durante vários anos, no final dos 70 e início dos 80), o baixista Tom Leavey e o baterista e tecladista Andy Cahan (que mais tarde iria juntar-se a outro conjunto de ex-zappianos, Flo & Eddie). Essa formação assinou com a MCA Records e lançou seu primeiro álbum, “Geronimo Black”, em 1972. Embora tenha sido um disco surpreendentemente consistente, com um som variado e ocasionalmente experimental, o registro não atraiu muita atenção e o grupo dividiu-se logo após o seu lançamento.
Normalmente, a história terminaria aqui, mas a formação original da Geronimo Black foi reagrupada em 1980 para gravar um novo álbum, “Welcome Back Geronimo Black” para o selo independente Helios. A par de inserir novas versões de três músicas, “Low Ridin’ Man”, “Other Man” e a épica nativa americana “An American National Anthem”, do disco anterior, o álbum contou com contribuições de mais três ex-membros da Mothers of Invention: Don Preston, Ray Collins e Buzz Gardner (comentário meu: Bunk Gardner já havia tocado no primeiro disco... é o velho allmusic fazendo das suas). Essa versão expandida da Geronimo Black é o grupo que, para todos os fins, evoluiu para a controvertida banda Grandmothers, formada por ex-membros da Mothers Of Invention, que tornaram a se reunir no início dos anos 80 para tocar material novo e covers de Frank Zappa, para o desprazer do renomado músico.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Morcegando: Glenn Hughes


Glenn Hughes (1995) Feel

'Feel' é um álbum de estúdio do vocalista/baixista Glenn Hughes (Deep Purple, Black Sabbath e Trapeze). Foi lançado em 1995 pelo selo SPV, sendo o quarto álbum solo de Hughes. 'Feel' distingue-se de outros trabalhos de Hughes como um álbum mais pop, com soul e funk, em vez do hard rock, como é geralmente conhecido. Este CD marca a primeira colaboração entre Hughes e Pat Thrall, desde o álbum de 1982. Thrall toca violão de oito nas treze faixas e co-escreveu duas delas. Também participam do álbum o ex-Guns N 'Roses, agora Velvet Revolver, o baterista Matt Sorum, ex-tecladista de Stevie Wonder, Greg Phillinganes e os guitarristas Bruce Gowdy e George Nastos.

Personnel:
Glenn Hughes - Bass, Vocals
Pat Thrall - Guitars
Bruce Gowdy - Guitar, Keyboards
George Nastos - Guitar
Marc Hugenberger - Keyboards
Todd Hunter - Keyboards
Greg Phillinganes - Keyboards
Carmine Rojas - Keyboards
Guy Allison - Synthesizer Bass
Gary Ferguson - Percussion, Drums
Matt Sorum - Percussion, Drums
Pat Zicari - Saxophone

Tracks:
01 - Big Time 05:06
02 - Livin' For The Minute 05:17
03 - Does It Mean Taht Much To You 05:41
04 - Save Me Tonight (I'll Be Waiting) 04:15
05 - Redline 04:51
06 - Coffee & Vanilla 06:00
07 - Push! 04:57
08 - She Loves Your Money 04:38
09 - Speak Your Mind 05:16
10 - Talkin' To Messiah 04:37
11 - Maybe Your Baby 05:41


[RS] [127MB @320kbps]

domingo, 28 de março de 2010

Doobie Brothers (1996) Rockin’ Down The Highway: The Wildlife Concert

Doobie Brothers ao vivo com seus três sucessivos e conhecidos vocalistas: Tom Johnston, Michael McDonald e Patrick Simmons


O disco (originalmente duplo) é produto de um show beneficente, realizado na primavera de 1996 e promovido pela entidade americana Wildlife Consevation Society. Segundo a resenha do allmusic, foi a primeira vez, na história da Doobie Brothers, que os seus três principais vocalistas, Tom Johnston, Michael McDonald e Patrick Simmons, se apresentaram com a banda.
Maiores informações sobre a banda (biografia, discografia, etc.), em português, podem ser encontradas aqui e, em inglês, no site oficial do grupo.


Doobie Brothers (1996) Rockin’ Down The Highway: The Wildlife Concert

Músicas:
1. Dangerous (Simmons) 5:58
2. Jesus Is Just Alright (Reynolds, Reynolds) 4:51
3. Take Me In Your Arms (Rock Me) (Dozier, Holland, Holland) 3:48
4. Slow Burn (Hossack, Johnston, Knudsen, McFee) 4:44
5. Dependin’ On You (McDonald, Simmons) 4:13
6. Another Park, Another Sunday (Johnston) 5:04
7. The Doctor (Johnston, Midnight, Schwartz) 4:31
8. Slack Key Soquel Bag [instrumental] (Simmons, Simmons) 1:59
9. South City Midnight Lady (Simmons, Simmons) 5:37
10. Eyes Of Silver (Johnston) 3:12
11. Black Water (Simmons) 4:32
12. Takin’ It To The Streets (McDonald) 4:42
13. Rockin’ Down The Highway (Johnston) 3:28
14. Minute By Minute (Abrams, McDonald) 4:22
15. Wild Ride (Midnight, Simmons) 3:54
16. China Grove (Johnston) 4:02
17. Dark Eyed Cajun Woman (Johnston) 5:58
18. Neal’s Fandango (Simmons, Simmons) 3:27
19. Without You (Hartman, Hossack, Johnston, Porter, Simmons) 6:45
20. Clear As The Driven Snow (Simmons, Simmons) 5:22
21. Excited (Johnston, Williams, Williams) 5:30
22. What A Fool Believes (Loggins, McDonald) 3:54
23. Long Train Runnin’ (Johnston) 5:55
24. Listen To The Music (Johnston) 5:29
Músicos:
The Doobie Brothers:
Michael Hossack: Drums
Tom Johnston: Guitars, Vocals
Keith Knudsen: Drums, Vocals
Michael McDonald: Keyboards, Vocals
John McFee: Guitars, Slide Guitar, Pedal Steel, Violin, Vocals
Patrick Simmons: Guitars, Vocals
Músicos adicionais:
Guy Allison: Keyboards
Cornelius Bumpus: Saxophone, Keyboards, Vocals
Carlos Guaico: Background vocals
Danny Hull: Saxophones, Harmonica, Vocals
Buck Johnson: Background vocals
Dale Ockerman: Keyboards
Skylark: Bass, Vocals
(Line-up extraído do site oficial da Doobie Brothers)

Parte 1

[SB] [128MB @320kbps]

Parte 2

SB] [120MB @320kbps]

sábado, 27 de março de 2010

BOTECO DO SERES - THUNDER


Thunder (1974) Thunder
[Hard Rock]

Line-up:
David Alley
Whitey Thomas
John Nitzinger
Randy Reeder
Bugs Henderson

Track list:
01 - It Feels So Good
02 - King's X
03 - Pretty Boy Shuffle
04 - Biggest Fool Of All
05 - Power Glide
06 - Let Me Hear It One More Time
07 - Lady Luck
08 - Good Ol' Rock & Roll
09 - Sleep Is Not Easy


[MF] [59MB]

O Thunder foi um duo, constituído por David Alley e Whitey Thomas. Por isso, para esta sua única gravação, eles tiveram uma pequena ajuda de alguns amigos, como Randy Bloodrock Reeder, o guitarrista Bugs Henderson e, naturalmente, John Nitzinger. John aliás além de tocar guitarra e baixo, escreve metade das músicas do álbum.

Bem, é um disco divertido, com certeza. Muito anos 70, Hard rock misturado com boogie e funky. E as baladas também são bem gostosas de ouvir... Tenho pouquissimas informações da banda já que aparentemente este foi seu único disco. Não confundir com uma outra banda inglesa de Hard Rock que tem o mesmo nome e foi fundada no início dos anos 80. Eu particularmente acho esta aqui muito melhor.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Moreland and Arbuckle by Rafael


Moreland & Arbuckle (2010) Flood

Para vocês verem como são as coisas. O Rafael Ferreira pediu que um link do Company of Snakes fosse atualizado. Tarefa das mais fáceis pois eu tenho o álbum original. Foi só ripar e fazer o upload. Em agradecimento, recebí o link para o álbum "Flood" com o seguinte comentário:

"Vc conhece Moreland & Arbuckle? É um duo de blues muito bom, eles conseguem fazer um blues de raiz e ao mesmo tempo um blues moderno. Gostaria de compartilhar com vc."

Baixei, ouvi, gostei e estou disponibilizando para os frequentadores do SdN.

Antes uma pequena descrição deste duo de blues:

Moreland & Arbuckle foi fundado em Kansas, em 2002. O grupo, composto pelo guitarrista Aaron "Chainsaw" Moreland, e o vocalista/Blues Harp Player Dustin Arbuckle, são contratados da Northern Blues Music de Toronto, Canadá. Eles são conhecidos por sua combinação de blues rural, Delta Blues e Mississippi Hill Country.

Personnel:
Aaron Moreland - Banjo, Guitar
Dustin Arbuckle - Harmonica, Vocals
Brad Horner - Drums, Vocals (bckgr)
Michael Moreland - Keyboards
Dave Spindle - Bass

Tracks:
01 - Hate To See You Go 02:33
02 - Legend Of John Henry 06:22
03 - Before The Flood 01:17
04 - 18 Counties 04:01
05 - Your Man Won't Ever Know 02:55
06 - Don't Wake Me 03:46
07 - Bound And Determined 02:30
08 - Can't Get Clear 06:02
09 - Can't Leave Well Enough Alone 04:02
10 - In The Morning I'll Be Gone 03:34
11 - What You Gonna Do 04:39
12 - Red Moon Rising 03:19
13 - Can't Get Clear - Banjo Version 03:24


[RS] [99MB @320kbps]

quinta-feira, 25 de março de 2010

Howard Tate - Get It While You Can (The Complete Legendary Verve Sessions)



"Do you like good music?
That sweet soul music
Just as long as it's swingin'
Oh yeah, oh yeah... "

Yeah, a gente começa com esse trecho emblemático de Sweet Soul Music, petardo de Arthur Conley que, curiosamente, não cita o grande artista do post neste inventário musicado do Soul... Mas não importa, Howard Tate não precisa ser citado, incensado, mistificado, nem nada disso. Ele apenas precisa ser ouvido!

Nada muito grandioso a dizer sobre essa compilação, folks, exceto que é uma obra-prima da '60s Soul Music, em pé de igualdade com qualquer milestone masculino da década fabulosa, tirante o Sam Cooke e o James Brown. Yep, eu tô incluindo aí qualquer coisa do Otis Redding (que, aliás, chamou essas gravações de a Bílblia do Soul), do O.V. Wright, do James Carr, do Solomon Burke, do Don Covay, do Lou Rawls, enfim... Duvida??? Então baixe, escute e me desminta. A grande sacanagem é que o Tate, dentre os citados, é talvez o menos conhecido do grande público.

Ok, vocês podem não conhecer o Tate, mas as canções que o cara interpreta, ah, essas vocês vão reconhecer... porque Howie foi não apenas um gogó abençoado, foi também um artista com a sorte de contar com o fabuloso Jerry Ragovoy no auge de seus poderes como produtor e especialmente como compositor... Um time perfeito, indeed... Tate com um repertório e produção impecáveis à sua disposição; e Ragovoy tendo um artista com estatura, elegância e feeling suficientes pra ombrear com Otis Redding, já à época O cara a ser batido no topo da cadeia evolutiva do Soul... Ragovoy então compôs sozinho ou em parcerias com Mort Shuman e com o próprio Tate a maioria das pérolas de Get It While You Can, além de selecionar canções fenomenais como Everyday I Have the Blues e How Blue Can You Get para Howie injetar em seus pipes... O resultado desse team sensacional? Três Billboard R&B Top 20 entre 1966/68 (Ain't Nobody Home, Stop, e Look at Granny Run Run), mas sucesso comercial pra valer, necas... yeah, life's not fair...

Mas é a velha estória, o que é bom fica pra sempre, e essas gravações singelas e desconhecidas do grande público se tornaram apenas o novo testamento no qual Janis Joplin buscava iluminação noite após noite na sua jornada movida a Southern Confort... E não foi só Janis que bebeu dessa fonte (embora apenas sua escolha já bastasse pra ilustrar o punch e importância destas interpretações de Tate). Jimi, Al Kooper, James Gang, Ry Cooder, todos coverizaram as canções de Howie e Ragovoy, e até o venerando B.B King deu a sua catada (com uma versão de Ain't Nobody Home).

Por aí já dá pra ter uma idéia, não? Então, cut that crap, Yer e manda ver o play.


Obs.
: Essa versão é a lançada pela Hip-O Select, de 2004, contendo toda a produção de Tate & Ragovoy para a Verve, entre 1966/1968, 24 trax.

Entrega especial para a Carol


The Beatles (1969) Rooftop Concert

A Carol Navarro, nos comentários do post do Fleetwood Mac, escreveu que "gostaria de encontrar aqui imagens do último show dos Beatles o famoso 'show no telhado'".

Então tá, Carol: o link do vídeo que vc pediu e, de bonus, o áudio do cd do mesmo show.

Divirta-se.

Band:
Precisa?!?!?

Tracks:
1. Get Back #1
2. Don't Let Me Down
3. I've Got A Feeling
4. One After 909
5. Dig A Pony
6. Get Back #2


O vídeo, em 3 partes:
Rapidshare - 253MB
AVI Music videos - Duration 21m
Video Format: DivX 5 640x480 29.97fps
Audio Format: MPEG Audio Layer 3 48000Hz stereo 128kbps

Part 1
[RS] [95MB]


Part 2
[RS] [95MB]


Part 3
[RS] [61MB]


O áudio do CD:


01 - Get Back #1 04:03
02 - Get Back #2 03:23
03 - Don't Let Me Down #1 03:17
04 - I've Got A Feeling #1 05:28
05 - One After 909 03:35
06 - Dig A Pony 04:37
07 - I've Got A Feeling 03:40
08 - Don't Let Me Down #2 03:33
09 - Get Back #3 03:15
10 - The Walk 04:05
11 - Oh! Darling 03:09
12 - Maxwell's Silver Hammer 03:52
13 - Across The Universe 03:15
14 - Gone, Gone, Gone 01:58
15 - Wake Up In The Morning 02:30
16 - She Came In Through The Bathroom Window 03:09
17 - Sausages & French Fries, Early In The Morning Hi Ho Silver 03:34
18 - Stand By Me 02:25
19 - Harry Pinsker 02:12
20 - Two Of Us 02:58
21 - Let It Be 04:08
22 - The Long And Widing Road 03:25


[RS] [102 MB @192kbps]

quarta-feira, 24 de março de 2010

TONY SPINNER especial para o Juca e o André


Tony Spinner (1993) Saturn Blues
[Blues Rock]

Line-up:
Tony Spinner — Guitar, Main Performer, Vocals, Producer
John Onder — Bass
Aynsley Dunbar — Drums
Mike Varney — Vocals (Background - track 6), Producer
Mike Onesko — Vocals (Background)
Track list:
01 Atomic Blast (4:51)
02 She's My Everything (4:34)
03 Freedom (3:53)
04 Hey Zombie (4:53)
05 Angeline (4:59)
06 Make It Throught (5:33)
07 Delilah (6:44)
08 World Fall Down (5:39)
09 Hello California (7:15)
10 Drivin' All Night (4:37)


[MU] [129MB]

"Não tente impressionar com batidas fantásticas de guitarra , mas sempre toque com o coração!" Tony Spinner, músico, guitarrista e vocalista não é apenas um tocador através de blues e através de quem vive e respira o blues, ele também é abençoado com uma voz incrível, assim como uma técnica de guitarra incrível. Isso é o que faz dele um artista emocionante de se ver ao vivo! Vamos dissecar a carreira deste guitarrista de incrível talento para descobrir tudo o que Tony é!
Ele nasceu em Cape Girardeau, MO, em 9 de junho de 1963. Sua família não foi tão musical a ponto de tocar instrumentos, mas eles ouviram muita música especialmente Marty Robbins, Elvis Presley, Tom Jones e uma variedade de outros. Tony sempre ficava animado quando um programa de TV teria um convidado musical. Gostava de assistir a programas como Sonny e Cher, Dean Martin e Glen Campbell. Tony sempre gostou de música, desde quando ele se lembra: "Comecei gostando das celebridades de rock-n-roll dos anos 50, tais como Little Richard e Chuck Berry como se fosse hoje e também me lembro de gostar de músicas que contavam histórias, como "Bad, Bad Leroy Brown" de Jim Groce e "Uneasy Rider" do Charlie Daniels Band ".
Aos 8 anos de idade ele tomou aulas de guitarra e piano por pouco tempo, mas ele realmente queria tocar saxofone, porque sempre foi o instrumento solista de liderança na maioria das músicas dos anos 50 que ouvia na época. Aos 14 anos Tony realmente levou a sério a guitarra depois de assistir o filme "Woodstock" e ver Alvin Lee com o Ten Years After e Jimi Hendrix.
Tony tentou mudar para uma banda de jazz, mas ele só durou um dia e meio na guitarra: "Na segundo dia de ensaio o líder da banda descobriu que eu não sabia ler música e mandou-me para o meu lugar. Disse que eu não podia tocar numa banda de jazz sem aprender a ler música. Eu ainda não consigo ler e eu ainda não toco Jazz! " Durante seu período de faculdade Tony e seus amigos sempre tinham uma banda. Eles mudavam o nome da banda quase toda semana, porque não conseguiam chegar a um acordo sobre um nome! Eles tocavam principalmente hard rock como Van Halen, Queen e Ted Nugent.
O músico que mais o influenciou foi Chuck Berry: "Sua música ainda me deixa excitado quando eu a ouço. Ele realmente escreveu algumas grandes letras. Jimi Hendrix foi muito influente, porque ele era tão expressivo com sua música. Stevie Ray Vaughan me fez sair do hard rock e voltar para o blues e o boogie, que foi minha primeira paixão e, claro, Rory Gallagher foi uma grande influência, porque ele me ensinou a tocar com o coração e não pensar muito com a cabeça. "Não tente impressionar com batidas fantásticas de guitarra , mas sempre toque com o coração!".
Tony começou a levar a sério a música na escola secundária. Seu amigo Kevin Rellegert comprou uma guitarra-baixo a partir de um catálogo da Sears e ele e Tony iriam trabalhar suas músicas juntos. Eventualmente, eles encontraram um baterista e começou uma banda. a primeira apresentação foi em um show de talentos no Jackson, Mo Fair. Eles perderam para sapateadores! "Os juízes eram velhos e estavam segurando suas orelhas o tempo todo em que estávamos tocando, mas o público pareceu gostar de nós." Os ritmos que Tony mais gosta de tocar são o boogie e o blues, porque ele se sente muito natural com eles. Ele gostou desde o início e o faz sentir-se bem!
A música que ele nunca se cansa de ouvir os álbuns são do original Allman Brothers Band Duane e Barry. Ele recolhe seus bootlegs, bem como bootlegs de Jimi Hendrix, Rory Gallagher, Robin Trower e passa a maior parte de seu tempo livre escutando-os. Ultimamente, ele também tem ouvido bastante Norah Jones e Doyle Bramhall II. Ele gosta de bandas que improvisam em suas apresentações "ao vivo". Isso é interessante para ele! Em um dos primeiros shows com sua banda estava em um lugar chamado "The Hideaway" em Illinois: "Sempre foi difícil encontrar um show quando eu comecei a tocar música. Lembro-me estar dirigindo através do rio Mississippi de minha cidade natal Cape Girardeau, Missouri, para Illinois e convencer um dono de clube para dar à minha banda uma chance. Bem, esse cara fez e isso é muito bonito e foi onde começamos. Ensinou-me que a persistência é a chave para chegar a algum lugar na vida! "
A primeira vez que se encontrou com Kim Edens foi a noite ele se mudou para o Arkansas, Missouri, há mais de 20 anos atrás. Mudou-se para participar de uma banda e o guitarrista o levou a ver o show da banda de Kim. Ele sabia imediatamente que Kim foi um grande baterista. Tony conheceu Sonny Hunt quando ele gravou em seu estúdio com uma banda que ele tinha e ele bateu em Mark Fender e desligando em casas noturnas diferentes, eles tocaram no mesmo circuito. Era início de 2001, que a Tony Spinner Band começaram a tocar juntos.
Tal é o respeito que tem com a Fraternidade músical nos E.U.A. Tony juntou-se ao vencedor do Grammy Award Toto e tem participado de todos os seus shows desde 1999, cantando backing vocals ( harmonias altas) mais guitarra elétrica e acústica. Ele agora canta como lead vocal do TOTO no seu grande sucesso "I can't stop loving you". Ele aparece no CD do Toto "Livefields" e no Toto "Live in Amsterdam", DVD lançado em setembro de 2003.
Tony Spinner tem três gravações individuais lançados pelo Selo Blues Bureau Internacional. O primeiro disco, "Saturn Blues" foi gravado em 1993, "My '64", em 1995, e "Crosstown Sessions" em 1996. Ele também foi escolhido para gravar em discos do selo em homenagem a Stevie Ray Vaughan e Albert King, "Hat's off to Stevie Ray" e "Fit for A. King."
Seu trabalho individual inclui um remake de "Up From the Skies" no "Voodoo Crossing, a tribute to Jimi Hendrix", CD lançado em novembro de 2003. Desde 1998, ele também já se apresentou em dois discos e fez turnê com Paul Gilbert, ex-membro do Mr. Big, tocando guitarra elétrica e acústica e backing vocals cantando. Antes de 1998, Tony excursionou como guitarrista e vocalista de fundo para o Pat Travers Band. Tony gosta de tocar guitarras do início dos anos 60 e sua "strat" favorita é uma Fiesta 1960 Vermelha anteriormente chamada Vern. Ele é dono da '64 Chevy SS da capa do "My 64" e é um dos seus bens mais premiados e um de seus passatempos favoritos. Quando Tony não está em turnê com TOTO ele toca nos Estados Unidos e na Holanda com a sua banda Tony Spinner Band.
Biografia enviada pelo nosso colaborador Ed, extraido do Site http://nnm.ru/blogs/allexin e traduzida livremente do Inglês.

Colaboração especial do Ed. Valeu Ed, obrigado!

Eden Brent by anônimo


Eden Brent (2008) Mississippi Number One

Eden Brent é uma premiada música norte-americana, contratada pela gravadora independente Yellow Dog. Pianista de blues e vocalista, ela combina boogie-woogie com elementos de blues, jazz, soul, gospel e pop. Seu estilo vocal foi comparado ao de Bessie Smith, Memphis Minnie e Aretha Franklin.

Entre outros outros prêmios, ganhou dois Blues Music Awards - uma para o Acoustic Artist of the Year, o outro para o Acoustic Album of the Year (Mississippi Number One). Em 2006, ela ganhou o Blues Foundation's International Blues Challenge.

Brent já apareceu em todo os EEUU em espaços reconhecidos e eventos, incluindo o Kennedy Center, a Convenção Nacional Republicana de 2000, o Waldorf-Astoria Hotel, a Embaixada Britânica, o Waterfront Blues Festival de Portland, o Edmonton Blues Festival, o Homecoming anual de BB King, e o Legendary Rhythm & Blues Cruise.

Personnel:
Eden Brent - Piano, Vocals
Jack Holder - Guitar
Ricky Chancey - Guitar, Harmonica
Rick Steff - Organ
Jimmie Kinard - Bass
Sam Shoup - Double Bass
Jim Spake - Sax (Baritone), Sax (Tenor)
Marc Franklin - Trumpet
Jackie Johnson - Vocals, Choir, Chorus
Van Duren - Choir, Chorus
Darrell Bonner - Choir, Chorus

Tracks:
1 - Mississippi Flatland Blues 3:16
2 - He'll Do the Same Thing To You 4:00
3 - Darkness on the Delta 3:23
4 - Love Me 'till Dawn 3:28
5 - Fried Chicken 3:57
6 - Mississippi Number One 3:58
7 - The Man I Love 4:12
8 - Careless Love 3:49
9 - Meet You Anywhere 3:27
10 - Why Don't You Do Me Right 4:17
11 - Afraid to let Go 3:44
12 - Close the Door 2:38
13 - All Over Me 3:36
14 - Trouble In Mind 5:55
15 - Until I Die 4:21


[RS] [132MB @320kbps]

terça-feira, 23 de março de 2010

Uma jam com a Fleetwood Mac e algumas lendas do blues


Mais um disco autofalante (é, gostei do neologismo...). Fleeetwood Mac do começo (1969), com Peter Green, Jeremy Spencer e Danny Kirwan, tocando com alguns ícones do blues: Otis Spann, David Honeyboy Edwards, Buddy Guy, Big Walter Horton, J.T. Brown, Willie Dixon e S.P. Leary. Precisa acrescentar algo?













Fleetwood Mac (1995) Blues Jam In Chicago (1969)


Músicas:
1. Watch Out (5:04)
2. Ooh Baby (3:24)
3. South Indiana (4:19)
4. South Indiana (2:49)
5. Last Night (5:37)
6. Red Hot Jam (5:23)
7. I'm Worried (3:58)
8. I Held My Baby Last Night ( 5:15)
9. Madison Blues (5:36)
10. I Can’t Hold Out (4:27)
11. I Need Your Love (3:44)
12. I Got The Blues (3:52)
13. World’s In A Tangle (5:12)
14. Talk With You (3:47)
15. Like It This Way (4:41)
16. Someday Soon Baby (7:12)
17. Hungry Country Girl (5:45)
18. Black Jack Blues (5:20)
19. Everyday I Have The Blues (4:49)
20. Rockin’ Boogie (5:45)
21. Sugar Mama (4:11)
22. Homework (3:19)
Músicos:
Fletwood Mac:
Jeremy Spencer: Vocals, Guitar, Slide Guitar
Danny Kirwan: Vocals, Guitar
Peter Green: Vocals, Guitar
John McVie: Bass Guitar
Mick Fleetwood: Drums
Músicos adicionais:
Otis Spann: Vocals, Piano
David Honeyboy Edwards: Guitar
Buddy Guy: Guitar
Big Walter Horton: Harmonica
J. T. Brown: Tenor Saxophone
Willie Dixon: Acoustic Bass Guitar
S. P. Leary: Drums
(Line-up extraído da Cd Universe)

Parte 1

[SB] [139MB @320kbps]

Parte 2

[SB] [72MB @320kbps]

Como já existem várias postagens da Fleetwood Mac aqui no SdN, cada uma contado um pouco da história da banda, creio dispensável publicar a sua biografia, não sem antes dizer que clicando aqui é possível obter, dentre tantas espalhadas pela rede, uma radiografia mais completa do grupo, em português. Para quem quiser acessar o site oficial da banda, em inglês, o endereço está aqui.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Jeff Beck by Ed.


Jeff Beck (2010) Emotion & Commotion

Em seu primeiro álbum em sete anos, o guitarrista vencedor do Grammy Jeff Beck retorna com uma eclética mistura de faixas que encontrar o virtuoso da guitarra acompanhado por um elenco de músicos talentosos escolhido a dedo, bem como várias canções acompanhadas por uma orquestra de 64 músicos.

Beck gravou EMOTION and COMMOTION no ano passado no Sarm Studios em Londres com os premiados produtores Steve Lipson e Trevor Horn. Para criar o som diversificado do álbum, Beck contou com participações especiais, incluindo aparições de colaboradores freqüentes como Vinnie Colaiuta (bateria), Jason Rebello (teclados), e Tal Wilkenfeld (baixo). O álbum também inclui as contribuições de um trio de cantoras: Imelda May ('Lilac Wine'), Olivia Safe ('Elegy For Dunkirk'), e a vencedora do Grammy, Joss Stone ( "I Put a Spell On You' e ''There s No Other Me''). - Amazon.com

Personnel:
Jeff Beck - guitar
Jason Rebello - keyboards
Tal Wilkenfeld - bass
Vinnie Colaiuta - drums

Guests:

Imelda May - vocals
Olivia Safe - vocals
Joss Stone - vocals

Tracks:
01 - Corpus Christi Carol 02:40
02 - Hammerhead 04:15
03 - Never Alone 04:23
04 - Somewhere Over The Rainbow 03:11
05 - I Put A Spell On You (featuring Joss Stone) 03:00
06 - Serene 06:06
07 - Lilac Wine (featuring Imelda May) 04:44
08 - Nessun Dorma 02:56
09 - There s No Other Me (featuring Joss Stone) 04:05
10 - Elegy For Dunkirk (featuring Olivia Safe) 05:04


[RS] [53MB @VBR]

Hendrix by Ed [revisto e ampliado]


Jimi Hendrix (2010) Valleys Of Neptune

Este álbum apresenta 12 músicas inéditas, gravadas em estúdio, totalizando mais de 1 hora de Jimi Hendrix. Dez destas gravações foram realizadas entre fevereiro e maio de 1969, pela Jimi Hendrix Experience, entre elas "Valleys of Neptune" - uma das músicas mais procuradas entre todas as disponíveis de Jimi Hendrix - e clássicos como "Red House", "Fire" e "Stone Free", com arranjos de 1969. O álbum também inclui "Bleeding Heart" (Elmore James) e "Sunshine of Your Love" (Cream) com arranjos e interpretações inspirados.

Band:
Jimi Hendrix – electric guitar, vocals
Mitch Mitchell – drums, percussion, background vocals
Noel Redding – bass, background vocals

Tracks:
01 - Stone Free 03:47
02 - Valleys Of Neptune 04:04
03 - Bleeding Heart 06:23
04 - Hear My Train A Comin 07:32
05 - Mr. Bad Luck 02:58
06 - Sunshine Of Your Love 06:47
07 - Lover Man 04:18
08 - Ships Passing Through The Night 05:52
09 - Fire 03:12
10 - Red House 08:23
11 - Lullaby For The Summer 03:49
12 - Crying Blue Rain 04:57
13 - Slow Version [bonus] 05:00
14 - Trash Man [bonus] 07:25


[RS] [85MB @VBR]

Bonus tracks by anônimo
Covers by anônimo

domingo, 21 de março de 2010

Morcegando: Nick Moss


Nick Moss & The Flip Tops (2010) Privileged

Depois de sete aclamados lançamentos de blues tradicional (juntamente com dois prêmios “Blues Blast Music Awards” e 16 nomeações para o Blues Music Award), Nick Moss tem uma nova abordagem com Privileged. Como Josh Hathaway escreve no encarte, "Privileged representa uma mudança de direção, mas não de inspiração. Antes de Nick conhecer Jimmy Rogers, Jimmy Dawkins e Lurrie Bell, foi influenciado por Led Zeppelin, The Allman Brothers, Free, Jimi Hendrix, ZZ Top, Cream e outras lendas que ativaram a sua inspiração do Delta do Mississipi. Moss tem escrito algumas das melhores canções de sua carreira, e com o alongamento além da expressão do blues tradicional, ele ampliou seu som sem perder sua identidade”.

Personnel:
Nick Moss - guitar, vocals
Gerry Hundt - harmonica
Willie 'Piano' Oshawny - piano
Dave Menet - bass
Greg Campbell - drums

Tracks:
01 - Born Leader 05:08
02 - Louise 05:57
03 - Georgia Redsnake 03:52
04 - Privileged At Birth 07:11
05 - Politician 05:33
06 - She's So Fine (Born Blind) 05:27
07 - Tear 'em Down 07:53
08 - For What It's Worth 03:51
09 - Why Should I Care 03:19
10 - Your Love's A Lie 05:29
11 - Bolognious Funk 07:53


[RS] [130MB @320kbps]

sábado, 20 de março de 2010

BOTECO DO SERES - TONY SPINNER


Tony Spinner (2009) Rollin & Tumblin
[Blues Rock]

Line-up:
Michel Mulder (bass)
Alex Steier (drums)
Tony Spinner Band (guitar, vocal)

Track list:
01. Saturn Blues 3:19
02. Count Your Blessings 4:25
03. Rollin' & Tumblin' in Meantown 8:26
04. Walkin' the Dawg 3:44
05. Lay Down Your Crutch 4:48
06. Saving Grace 4:40
07. Cc Rider 5:19
08. Cathead Bisquit 5:44
09. Walkin' the Walk 3:49
10. Goldfish Bowl Blues 6:43
11. Luv Thang 4:35
12. Listen to Your Heart 8:18
13. Love Junkie 4:17
14. Catfish / Make Love to You 5:28


[MU] [103MB]

Tony Spinner é um excelente guitarrista e vocalista de Blues Rock com importante carreira solo e é atualmente membro do Toto em turnês desde 1999, cantando backing vocals (harmonias altas) além de guitarra elétrica e acústica. Toto esteve em grande excursão pela Europa ao longo de 2003 e ele aparece na gravação deles em "Livefields", feita durante a turnê Mindfields Toto 2000 na Europa e no Japão.

Desde 1998, ele também já se apresentou em dois discos e fez turnê com Paul Gilbert, ex-membro do Mr. Big, tocando guitarra elétrica e acústica e fazendo backing vocals. Outros trabalhos incluem uma brilhante gravação de "Up From the Skies on the 2003 Voodoo Crossing Jimi Hendrix" tributo a este, editado pela gravadora Vanguard Records. Foi também escolhido para gravar em discos do selo em homenagem a Stevie Ray Vaughan e Albert King, "Hat's off to Stevie Ray" e "Fit for A. King" respectivamente.

Ele também tem seis discos solo pela Blues Bureau International. A primeira gravação de Tony, "Saturn Blues" foi feita em 1993, "My '64", em 1995, e "Crosstown Sessions" em 1996, seguidos de "Chicks & Guitars" em 2005, "Live in Europe" em 2007 e este último "Rolling & Tumbling", de 2009, todos com sua própria banda "Tony Spinner Band".

O Disco em questão "Rolling & Tumbling" é o mais recente de sua carreira solo, muito bom, diga-se de passagem, com excentes doses de Slides, Riffs e Solos bem localizados entre bons vocais. Blues Rock feito com competência para quem gosta de boa música...

Morcegando: Deftones


Deftones (2010) Diamond Eyes

O Deftones marcaram para 18 de maio o lançamento de seu sexto álbum, o primeiro da banda desde o acidente de carro sofrido pelo baixista Chi Cheng's que o deixou em estado de coma. O disco será chamado "Diamond Eyes" e foi escrito e gravado na sequência do acidente de Chi. Um álbum que vinha sendo trabalhando com Cheng, chamado de "Eros", foi arquivado por tempo indeterminado.

Em 23 de fevereiro, o Deftones colocou uma das faixas do disco, "Rocket Skates", disponível para download gratuito. O site da banda também apresenta um novo clipe, para os fãs, com trechos das músicas do novo álbum.

Personnel:
Chino Moreno - vocals, guitar
Stephen Carpenter - guitar
Abe Cunningham - drums
Frank Delgado - turntables, keyboards
Sergio Vega - bass

Tracks:
01 - Diamond Eyes 03:08
02 - Royal 03:32
03 - CMNDCTRL 02:24
04 - You've Seen The Butcher 03:31
05 - Beauty School 04:44
06 - Prince 03:37
07 - Rocket Skates 04:12
08 - Sextape 04:01
09 - Risk 03:39
10 - 976-EVIL 04:33
11 - This Place Is Death 03:48


[RS] [97MB @320kbps]

sexta-feira, 19 de março de 2010

Morcegando: e por falar em Hendrix...


Jimi Hendrix (2010) Valleys Of Neptune
[Limited Edition CD Single]

Walmart Exclusive Limited & Numbered Edition to 15,000 CD Single with Previously Unreleased Alternate Recording & Non-Album Bonus Track.

Tracks:
01 - Valleys Of Neptune 04:06
02 - Peace In Mississippi 07:05


[RS] [36MB @320kbps]

quinta-feira, 18 de março de 2010

Yerblues Covers, vol. 11 (Beatlemania II, 1962-1965)



By Guilherme Rodrigues (Yerblues)


Cap. 3 - NY, Novembro/Dezembro de 1963 - O começo da febre

Novembro de 1963 começou como outro mês qualquer para mim. Muito trabalho, toneladas de estresse, grana pouca.

Minha rotina diária começava por volta das sete da matina, quando pegava o metrô rumo à 7 Central Park West, Manhattan, onde ficava a KRNY. No caminho, parava para comprar os jornais, as revistas de música, um capuccino gigante e os Preludins do Kat (aos quais ele chamava jujubas). Às nove da manhã, tínhamos uma reunião informal, víamos os noticiários na TV e discutíamos as novidades das paradas de sucesso, das revistas e dos jornais. Então eram definidas ordens sobre o que eu devia procurar e sobre o que deveria me inteirar naquele dia, após o que recebia passe livre pra perambular até as quatro da tarde, quando tinha de voltar à sede da Rádio pra nova reunião com Kat. Nesse meeting da tarde, eu contava a ele as novidades das ruas, passava um ou outro 45 novo, víamos o resumo das notícias vespertinas, e tínhamos uma prévia do que rolaria no Swingin' Evening, programa que Kat comandava todos os dias, das sete às onze da noite.

Era uma correria. E por falar em speed, Kat andava a mil, a cada dia alcançando novos níveis de exigência e stress. O cara voava baixo nos mikes, falando cada vez mais histericamente, sobre cada vez menos coisas interessantes.

Não era culpa dele. O mercado de teen idols e crooners atingira o ápice e era mesmo difícil arranjar alguma coisa interessante ou upbeat pra falar sobre os Pat Boones da vida. Yep, e isso ainda não era o pior. As Billboard Hot 100 do ano, até aquele novembro, mais pareciam um show de variedades do Ed Sullivan. Crooners, Girl Groups, Surf Music, Motown, mais Crooners, Teenyboppers, Doo Wop, Calipso, uma freira, crooners de novo, e até uma canção japonesa que atingiu o #1 por três semanas consecutivas (Sukiyaki, por Kyu Sakamoto, em junho).

Man, era tanta sacarina, que qualquer diabético era proibido de ouvir rádio... As melhores coisas nunca chegavam ao topo das paradas. Ficavam ali, rondando as top 10 ou top 20. Por exemplo, Sam Cooke, um de meus artistas prediletos, tinha lançado uma grande canção, Another Saturday Night, mas o máximo que conseguiu foi um #10 nas Billboard Hot 100 (em abril). Mas, hey, parafraseando aquele discurso do Kennedy, "não me pergunte o que as paradas de sucesso podiam fazer por Sam Cooke; me pergunte o que Sam Cooke podia fazer pelas paradas de sucesso"....

Anyway, naquele dia 4, eu estava a caminho da KRNY, lendo o New York Times, quando vi uma pequena nota na seção de notícias internacionais. Noticiava um enorme tumulto que aconteceu no aeroporto de Londres, no último dia de outubro. Uma multidão de jovens, notadamente garotas, invadira as dependências do aeroporto num estado de absoluto frenesi, aparentemente causado por um grupo de música pop, que voltava de uma turnê bem-sucedida pela Suécia. O nome do grupo: The Beatles.

Comentei na reunião matutina:

- Kat, te lembra dos Beatles? O NY Times deu uma nota sobre sua volta triunfal à Londres, após uma turnê bem-sucedida na Suécia.

- E daí? Os suecos só entendem de revistas masculinas... aliás, compre umas pra mim hoje...

End of story.

Mas poucos dias depois, eu lia a Time e a Newsweek, duas das revistas de maior prestígio e circulação no país, e as seções de música de ambas davam destaque para a nova mania que tomava conta da Inglaterra. Quem seriam?

Dessa vez, Kat não fez piada e pediu pra ler os artigos.

A Time era, como sempre, mais comedida:

"(...) The raucous, big-beat sound they achieve by electric amplification of all their instruments makes a Beatles performance slightly orgiastic. But the boys are the very spirit of of good clean fun. They look like shaggy Peter Pan, with their mushroom haircutd and high white shirt collars, and on stage they clown endlessly-twisting, cracking joke, gently laughing at the riotous response they get form their audiences. The precise nature of their charm remains mysterious even to their manager."

(tradução livre: "O estridente, rítmico som que eles alcançam pela amplificação de seus instrumentos faz uma apresentação dos Beatles parecer quase uma orgia. Mas o garotos são o puro espírito da boa e velha diversão. Eles parecem Peter Pans desgrenhados, com seus cabelos em forma de cogumelo, e no palco eles brincam o tempo todo, dançando e soltando piadas, rindo suavemente de toda a confusão que causam em suas audiências. A natureza precisa de seu charme permanece misteriosa até mesmo para seu empresário.")

Já o artigo da Newsweek era completamente off the mark. Assim dizia:

"Beatle music is high-pitched, loud beyound reason, and stupefyingly repetitive. Like rock & roll, to wich it is closely allied, it is even more effective to watch than to hear. They prance, skip, and turn in circles; (...) The style, centainly, is their own. 'They don't gyrate like Elvis', say one young girl. 'They stamp about and shake and, oh, dearie me, they just sent the joy out to you.'"

(tradução livre: "A música dos Beatles é estridente, barulhenta acima de qualquer sentido e estupidamente repetitiva. Como o rock & roll, ao qual é muito próxima, é ainda mais interessante de assistir do que de ouvir. Eles brincam, pulam e giram em círculos; (...) O estilo é todo deles, com certeza. 'Eles não ficam sacudindo como Elvis', diz uma jovem garota. 'Eles batem os pés e balançam naturalmente ao som de sua música, e, oh Deus, eles simplesmente passam uma energia contagiante.'")

- Huahua, esses caras da Newsweek simplesmente não conseguem enxergar um palmo diante do nariz. O gênero já existe há quase dez anos e eles ainda não entenderam que o rock é estridente, rude, barulhento acima de qualquer sentido e estupidamente repetitivo... Bom, esses 'besouros' estão saindo na Time, e isso é alguma coisa, mas ainda assim acho que eles não vão estourar por aqui. Do que adianta eles terem grandes singles? Os chefões locais não estão nem aí pra eles... Se nem a Capitol, que é da EMI, se interessou em lançar os caras por aqui...

Não dava pra tirar a razão do Kat. Mas eu também não podia ignorar que esses 'besouros' começaram a aparecer em jornais e revistas com frequência cada vez maior. Se bem que nunca tinha visto nada dos caras na TV, e isso era indicativo de que eles não eram grande coisa....

Só que em alguns dias isso também começaria a mudar. Estava assistindo ao Huntley-Brinkley Report, da NBC, pouco antes do Swingin' Evening ir ao ar, e uma chamada prendeu minha atenção: "A seguir, o novo fenômeno que vem agitando a Inglaterra." Sim, eram os Beatles, mas a reportagem foi tão mal-editada que quase não dava pra vê-los tocando. O que deu pra ver e ouvir nos três minutos que durou a reportagem, foi o frenesi das meninas durante o show dos caras, além da ironia e menosprezo do repórter ao descrever o som e o visual da Banda.

- Hmmm. I don't buy it... É Só uma matéria sobre as excentricidades das britânicas, Kat falou, tirando por menos.

Dois dias depois, naquela sexta-feira, 22 de novembro, Kat e eu estávamos em nosso meeting matutino, falando sobre Louie Louie, dos Kingsmen, um dos melhores singles dos últimos tempos, que vinha rondando as top 10, mas nunca chegava lá por causa dos Bobby Vintons que dominavam as paradas sem largar o osso um minuto sequer. Da TV, ao fundo, saía o som da vinheta do CBS Morning News que começava. Mike Wallace começou o programa falando da chegada do presidente Kennedy a Dallas no Texas, passando a agenda da visita e logo desfiando o rosário indistinto de notícias requentadas do dia anterior.

Eu e Kat, desinteressados daquilo, continuamos nosso blábláblá sobre o mercado musical saturado de glicose, até que em meio à balbúrdia da sala, ouvimos um som familiar, que ambos conhecíamos. Era She Loves You. Calamos a boca e prestamos atenção na TV. Alex Kendrik, correspondente da CBS em Londres, começou sua matéria:

"(...) This is from Beatleland, antigamente conhecida como Inglaterra, ground zero da epidemia chamada Beatlemania que se espalhou entre os adolescentes, especialmente entre as meninas. (...) John, Paul George e Ringo, estes quatro jovens de Liverpool, com suas perucas em forma de cogumelo, são a última sensação musical entre os britânicos, e tamanha é a comoção e idolatria que causam nos jovens que os assistem, que já estão sendo tratados pela imprensa britânica como um fenômeno sociológico."

Kendrik então contou as peripécias que a equipe da banda tinha de fazer pra colocar os rapazes no palco, e as mil e uma estratégias que tinha de bolar para tirá-los de lá após os shows, os quais estavam sempre apinhados de jovens como que alucinadas por alguma espécie de hipnotismo coletivo, gritando, desmaiando, correndo em manadas atrás dos Beatles.

A melhor parte veio logo depois. Uma pequena entrevista, realizada por Josh Darsa com os rapazes, direto de seus camarins após a apresentação em Bornemouth, UK:

"Darsa: o que acontece com vocês que gera todo esse sucesso de público, especialmente entre as garotas?

Paul: Eu não faço a menor idéia. Deve ser, como vocês da imprensa dizem, os cabelos. A gente nunca pensou nisso como um diferencial, mas se todo mundo diz que é...

Darsa: O que é o Mersey Sound? E em que é diferente do rock e do pop britânicos de Londres e de outras partes do UK?

George: Não é nada tão diferente, pra falar a verdade. Apenas aconteceu que apareceu um monte de bandas em Liverpool fazendo um som que a maioria das pessoas achou mais próximo do rock & roll original do que as coisas que vinham tocando no rádio nos últimos anos, então eles chamaram isso de som de Liverpool...

Darsa: Vocês tem medo de que o seu público eventualmente fique cansado de vocês e procurem a próxima novidade, ou um novo favorito?

John: Bom, eles vão fazer isso de qualquer jeito... Depende mais de quando eles vão fazer isso, não é mesmo?

Paul: É estupidez se preocupar com coisas desse tipo..

George: Não é algo que me faça perder o sono. Você perderia?

Paul: Não, não é mesmo? Pode acontecer amanhã, pode acontecer em uns dez anos. A gente só pode esperar por uma boa caminhada..."

Depois, Kendrik retomou sua narração, enquanto a reportagem mostrava cenas de outros shows da banda e de imagens entrecortadas de centenas de jovens em lojas de discos comprando produtos dos Beatles:

"(...) Os Beatles, que começaram suas apresentações em clubes nas docas de Liverpool, estão agora faturando em média cinco mil libras por semana, em shows itinerantes por todo o Reino Unido. Eles já venderam algo na casa dos dois milhões e meio de discos. Eles lideram todas as paradas na Inglaterra desde o início deste ano. Eles inspiraram a moda do corte sheepdog. Os jovens os idolatram. Os pais destes mesmos jovens os detestam. Mas os sociólogos britânicos dizem que os Beatles tem um significado muito maior que o de simples objetos de adoração adolescente. Eles seriam a autêntica voz do proletariado. Eles seriam o autêntico coração dos jovens britânicos revoltados contra o culto americano a cantores pop, como Elvis e sua longa lista de imitadores britânicos. Eles seriam os autênticos anti-heróis do século vinte, fazendo e cantando uma não-música, usando não-cortes de cabelo, e dando respostas não-respostas a seus entrevistadores. Enquanto isso, yeah, yeah, yeah, as fãs continuam aumentando e o dinheiro continua entrando, aos borbotões, em seus bolsos. Eu sou Alexander Kendrik, direto da Beatlelândia..."

Kat não se continha de excitação:

- Wow, sensacional, você viu isso, Mitch??? Eu sabia, meu faro não me enganou sobre esses caras... corre lá no depósito e pega os 45 deles que, agora, acho que o bicho vai pegar...

Corri até o depósito da rádio, um contíguo de 4X4 metros abarrotado de discos, e demorei uma meia hora pra achar os singles. Onde estão eles???? Yeah, aqui estão... Voltei com os 45’s debaixo do braço e um riso triunfante nos lábios. Alegria que logo se desvaneceu quando vi a cara de choro de todo mundo que passava por mim... Quando achei Kat, ele também estava chorando.

- O que houve, Kat???

Ele não conseguiu falar nada e só apontou pra TV, que estava muda, com o logo CBS News Bulletin estampando a tela. Assim que fixei a vista no aparelho, como num passe de mágica, apareceu o Walter Cronkite e disse:

- “Acabamos de ter a confirmação de nosso correspondente Dan Rather, em Dallas, Texas. O presidente Kennedy não resistiu aos ferimentos e teve morte cerebral declarada pelos médicos às 13:00.”


***

Naquele 10 de novembro, um desconhecido Brian Epstein desembarcava em Nova Iorque para alguns encontros de negócios. Sua agenda incluía Brown Meggs, um dos diretores da costa leste da Capitol americana, Gloria Stavers, editora da poderosa 16 Magazine, Mark Rutford, representante legal da William Morris Agency, a maior agência de talentos de Nova Iorque, além de representantes da Cash Box, Billboard e Atlantic Records.

O encontro mais importante da viagem, contudo, se deu no dia seguinte, 11 de novembro de 1963. Naquela segunda-feira, Brian Epstein abria as portas de sua suíte no Hotel Delmonico para Ed Sullivan. No encontro, ficaram acertadas duas aparições dos Beatles no Ed Sullivan Show dos dias 9 e 16 de fevereiro de 1964. No dia seguinte, Brian, Ed e seu genro, Bob Precht, um dos produtores do programa, se encontraram novamente, para formalizar o negócio. A negociação final incluiu uma terceira apresentação dos rapazes - que ficaria gravada para transmissão posterior, com data a ser definida pela produção do programa. As três apresentações dos britânicos custaram a Ed a bagatela de dez mil dólares (mais passagens, hospedagem e transporte de equipamentos), preço que Sullivan pagava por apenas uma apresentação das estrelas americanas em seu programa. Como era costume de Brian à época, tudo foi formalizado com um aperto de mãos.

***

As semanas que se sucederam foram duras para nós, americanos. Só se falava no assassinato do presidente Kennedy; na captura do suposto assassino, Lee Oswald; no assassinato em rede nacional do Lee Oswald pelo Jack Ruby, e por aí vai. Foi um massacre da mídia sobre um massacre real. Eu pensava: o homem está morto, raios, de que adianta ficar nesse luto infindável, nesse rame-rame sobre o ângulo A ou o ângulo B do atirador, ou dos atiradores? Mas o que eu pensava não importava. A violência das imagens e as teorias da conspiração dominavam a imaginação popular, e as TV’s, jornais e revistas refletiam essa fixação no assunto, vinte e quatro horas por dia. Well, pelo menos essa era a sensação que eu tinha. Sensação que se agravava por eu trabalhar na KRNY, originalmente uma rádio de notícias que só há dez anos passara a transmitir música numa base regular em sua programação. Pra falar a verdade, a gente, que era do departamento de música da rádio, se sentia quase constrangido por ter de transmitir música num momento tão trágico de nossa História. Todos, menos Kat, que dizia:

- Ânimo, pessoal, este país nunca precisou tanto de algo pra levantar a moral, e nós vamos fazer isso!

Num daqueles dias eu estava folheando a New York Times Magazine a esmo e vi uma reportagem de três páginas entitulada “Ingleses sucumbem à Beatlemania”. Era a primeira matéria séria que eu lia sobre os Beatles numa revista americana. Mas eu andava tão taciturno naqueles dias que nem me dei ao trabalho de comentar a matéria com o Kat. Além do mais, ele iria pra Miami, em férias, naquele princípio de dezembro. Eu ficaria de stand-by, auxiliando o sujeito que o substituiria, um cara já entrado nos seus 50’s, chamado Jimmie Dulles, um jazzmaníaco, sem nenhum feeling pela música pop. Oh, man, eu precisaria de um tremendo presente de natal pra ficar minimamente animado.

E o presente de natal chegou naquele 10 de dezembro. Eu assistia ao CBS Evening News, pouco antes do Swingin’ Evening ir ao ar, quando Walter Cronkite, a voz da nação, chamou a matéria "A nova febre que vem da Inglaterra: a Beatlemania". A reportagem era exatamente igual àquela exibida no fatídico 22 de novembro passado, mas o endosso do Cronkite aos Beatles dava uma nova dimensão ao assunto na América.

Percebi isso na hora em que assistia e corri ao depósito, recolhendo novamente os singles dos britânicos, deixando à disposição do Dulles. Conforme eu previra, o aval do Cronkite aos Beatles em seu programa, faria milagres. Minutos depois de terminado o noticiário, começaram a tocar os telefones da KRNY, todos de jovens pedindo que a rádio tocasse alguma música dos Beatles. Dulles colocou She Loves You e imediatamente a audiência respondeu com mais telefonemas pedindo mais canções daqueles britânicos.

No dia seguinte, os Beatles eram o assunto nas ruas. Os adultos ridicularizavam aqueles cabeludos yeah, yeah, yeah que tinham aparecido no Cronkite. Mas os jovens, especialmente as jovens, continuavam telefonando cada vez mais pra KRNY, pedindo músicas dos perucas, apelido pelo qual passamos a chamar os Beatles.

Na noite daquele mesmo 11 de dezembro, chegando em casa, topei com Beth Reeves, minha vizinha do 404 que também chegava àquela hora, ela era a minha fonte no aeroporto Idlewild, e fazia a rota NY-Londres regularmente. Fora ela quem me arrumara um monte de revistas e jornais da Inglaterra no mês passado. Perguntei:

- Beth, você deve conhecer os Beatles. Você não saberia se eles lançaram algum novo single lá pela Inglaterra, não é?

- Mitch, mesmo eu que não sou adepta a estes modismos tenho de dizer, esses Beatles são sensacionais. Em Londres só se ouve uma canção chamada I Want To Hold Your Hand. Acho que é o último lançamento deles.

- Você traria esse single pra mim, por favor? Pago bem pelo material.

- Sem problemas. Mas só voltarei de Londres na semana que vem. Dá pra esperar?

- Não tenho opção.


Três ou quatro dias depois, saiu na Billboard que a Capitol tinha adquirido os direitos para todos os futuros lançamentos dos Beatles nos Estados Unidos. O primeiro disco a ser lançado pelo selo seria o single I Want To Hold Your Hand, previsto para chegar às lojas em 14 ou 15 de janeiro de 1964. Opa, Capitol, os chefões da distribuição nos USA, pensei.

Mais importante: no dia 14 de dezembro, a CBS emitiu nota informando que os Beatles apareceriam no Ed Sullivan Show em 9 e 16 de fevereiro de 1964.

Aquela nota teve o efeito de uma bala zunindo em minhas orelhas.. Man, it’s all happening... Eu tinha de falar sobre aquilo tudo com o Kat. A intuição dele sobre esses caras estava certa. Descolei o telefone de onde ele estava em Miami:

- Kat, meu velho, onde anda você? Não tem visto televisão esses dias?

- Pombas, estou de férias e você me liga pra fazer uma pergunta cretina dessas?

- Não é isso, cara. Você não tá entendendo. São os Beatles! Eles estão vindo pra América!

- Ah, tá bom, lá vem você falando nesses ‘besouros’ de novo. Faz o seguinte, arrume um dedetizador!

- Kat, não é hora pra piada. A Capitol assinou com os caras e eles vão se apresentar no Ed Sullivan Show em fevereiro do ano que vem. Já tá tudo acertado.

- O quê???? Capitol? Ed Sullivan?? Mas que diabos... amanhã eu tô aí!


Dito e feito, no dia seguinte, Kat já tinha reassumido seu posto na KRNY, devidamente inteirado de toda informação que eu coletara em sua ausência. Mas eu não lhe contei que estava pra receber o mais novo single da Banda. Ele ficaria insuportável.

- Mitch, eu vou procurar a Gloria Stavers, da 16 Magazine, ela me deve uns favores pessoais. Se há alguém que sabe o que vai acontecer em 1964, esse alguém é a Gloria.

Saí às ruas e quando voltei, Kat estava mais eufórico que nunca:

- A Gloria me disse que os caras vão acontecer big time. E não é só isso, depois de uma leve chantagem minha, adivinhe? Ela me deu simplesmente o contato do empresário deles, em Londres, um tal de Brian Epstein, can you believe it????

Minha vizinha Beth voltou de Londres no dia 18 de dezembro e, como eu esperava, colocou nas minhas mãos o novo 45 dos britânicos. Uau, esse material é quente. Corri como o vento e cheguei suando em bicas, esbaforido, à KRNY na manhã daquele 19 de dezembro.

- Kat, pode preparar a fantasia, que você vai ser o Papai Noel de Nova Iorque.

- Que papo besta é esse, rapaz?

- Vai te preparando que eu tô aqui com o maior presente de natal que a gente poderia dar pra essa cidade. Aqui, este é o novo single dos Beatles, que a Capitol só vai lançar lá pro meio de janeiro. Vamos escutar isso logo. Até onde eu sei, nenhum DJ em Nova Iorque tem.

- What???? Seu canalha!!! Me dá isso aqui, vamos lá pra cabina... Mas esses ingleses são uns sovinas mesmo, olha o visual desse single...

- Not so fast, Kat. Escute a canção...

Colocamos o single pra tocar. Na hora que ouvi, senti que era um #1. Nunca tinha ouvido nada nem perto daquilo. Aqueles riffs poderosos na abertura, aquelas vozes quase distorcendo os VU’s, aquelas palmas, aqueles tons rattlesnakes da guitarra-base. Tudo era original naquilo... E a letra tinha uma ingenuidade cativante, à Buddy Holly, mas se a gente prestasse atenção, era pura sugestão, deixando ao ouvinte a possibilidade de inferir o que quisesse (e se quisesse), como nos melhores momentos de Chuck Berry. Man, aquilo era Rock, mas um rock diferente, muito mais envenenado no beat e, principalmente, na produção. Enfim, a canção era dinamite, como a gente falava na gíria radiofônica, um verdadeiro chute no traseiro de todos os Fabians que a gente tinha sido obrigado a engolir nos últimos quatro ou cinco anos.

Quando terminamos de ouvir o single, Kat apenas ficou me olhando, incapaz de falar qualquer coisa. Ele se levantou da cadeira e saiu da sala, mudo. Fui atrás dele:

- O que foi ? Você não gostou do single? Você tá maluco? É a coisa mais venenosa que a gente escuta desde Heartbreak Hotel e você não gostou??? Qual é a sua, Kat?

Kat não falou comigo durante todo o resto do dia. Mas gostou do que ouviu, tanto que colocou I Want To Hold Your Hand na grade do Swingin’ Evening naquela mesma noite. Logo antes do programa começar, ele mandou me chamar à cabina de transmissão:

- Venha cá, moleque atrevido, sente-se aqui, você vai ter a honra de introduzir a canção para os ouvintes, huauhauhauhauha....

- What???? Er... Não, eu não posso, não sei nada disso, não tô preparado pra isso...

- Deixa de besteira, rapaz, você é o cara mais preparado pra isso que já conheci. Vou te apresentar e então você introduz a canção. Só isso, sem dramas, pô. Afinal, você não queria ser um DJ em NY???


Não deu nem tempo de pensar, do console de transmissão partiu o aviso: no ar em dois minutos, Kat.

Eu introduzindo um single sensacional desses, pensei....

- No ar em cinco, quatro, três, dois....

- Yeah, baby, here’s what’s happening, a gente está aqui com Robert Mitchell Imperioli, de Flushing, Queens, e ele terá a honra de apresentar a vocês um negócio quentíssimo que acaba de chegar da Inglaterra, uma exclusividade aqui da KRNY. Então, Mitch, o microfone do Swingin’ Evening é seu.


Engatei cinco segundos de mudez, uma eternidade diante da latinha, Kat me fuzilando com o olhar... finalmente, saiu:

- Er... senhoras e senhores, pela primeira vez em Nova Iorque, aqui estão os Beatles cantando seu mais novo single, I Want To Hold Your Hand....

E foi como lançar um tijolo numa vidraça. Após a primeira execução, a canção simplesmente explodiu. Os telefones da KRNY não paravam mais de tocar, os ouvintes só queriam saber daquela música. Pra falar a verdade, a canção bagunçou todo o esquema de programação da Rádio, que teve de ser refeito pra acomodar cada vez mais execuções de I Want To Hold Your Hand...

Naquela mesma semana, uma coisa estranha aconteceu: cartas começaram a chegar à KRNY, pedindo informações sobre os Beatles. Além disso, adolescentes começaram a freqüentar as dependências da KRNY por causa daquela canção, e isso acabou tumultuando de tal forma o trabalho, que o Diretor-geral da Rádio foi obrigado a contratar seguranças para impedi-las de entrarem.

Vendo aquilo tudo, eu pensava: uau, pode uma simples canção fazer um negócio desses? Mas elas não queriam saber apenas da canção. As cartas que recebíamos davam conta de que elas queriam saber sobre os Beatles. O que eles vestiam, o que eles pensavam, o que eles comiam. Eu não sabia o que tinha mudado no gosto daquelas jovens nos dois meses que se passaram desde que tentamos emplacar She Loves You em vão, mas para mim era evidente que estávamos presenciando os primeiros sinais da beatlemania em solo nova-iorquino.

- Mitch, vou tentar falar com esse Brian Epstein. A gente precisa saber mais desses rapazes pra informar aos ouvintes. Não quero ficar passando informação requentada ou imprecisa.

Logo, outra coisa altamente incomum aconteceu: Kat passou a receber telefonemas de seus colegas DJ’s da WABC, da WMCA e das demais rádios da área de NY, todos querendo saber de onde Kat tinha tirado aquele single sensacional. Numa época de competitividade quase canibalesca entre as Rádios e seus DJ's, Kat não foi medíocre, gravou em rolo a canção e distribuiu para todos eles, dizendo:

- Esses caras são o que vai acontecer em 1964.

Mas nem precisava falar nada, a canção já estava estourada na cidade e arredores.

Sem falar nada com Kat, também fiz uma cópia do single e mandei pra nosso velho amigo Mick Diondi, da KRLA de Los Angeles. Junto da fita, foi uma nota: “Mick, escute isso, ouça o futuro! Falta pouco pra ser #1 aqui na Big Apple. Abraços. Mitch, your favorite NYDJ.”

Dois dias depois, Kat foi chamado à sala da direção.

O Sr. Kauffman, diretor geral da Rádio, o aguardava segurando o telefone nas mãos:

- Kat, o Sr. Alex Chilton*, advogado da Capitol Records e dos Beatles aqui na América quer falar com você.

- Ahan... Alô, sr. Chilton, Kat falando, como vai? Estamos trabalhando forte com I Want To Hold Your Hand aqui em NY, mas precisamos de mais informações...

Kat foi bruscamente interrompido por Chilton:

- Sr. Kat, TIRE ESSA CANÇÃO DO AR IMEDIATAMENTE E NÃO VEICULE MAIS ESSE SINGLE ATÉ SEGUNDA ORDEM, ENTENDEU???


* Minha singela homenagem ao grande Alex Chilton, do Big Star, que se foi ontem, 17/03. Thank you, friend!